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Itália inicia homenagens pelos cinco séculos de morte de Da Vinci

Governo italiano afirma que as celebrações ao artista renascentista Leonardo Da Vinci devem durar o ano todo — e podem até se estender para 2020

 Em maio de 1519, em Amboise, no Vale do Loire, na França, o talento do florentino mais importante da história deixava a Terra para sempre. Há uma lenda romântica que Leonardo Da Vinci deu seu último suspiro nos braços do seu patrono, o rei Francisco I. Na verdade, o governante francês estava um dia atrasado: Da Vinci provavelmente morreu nas dependências da Sua Majestade, o castelo Clos Lucé, e foi enterrado na capela de Saint-Hubert, no castelo real de Amboise.

Exatamente 500 anos depois da morte de Leonardo Da Vinci, o governo da Itália apresentou no final do mês passado o programa de comemorações previsto para lembrar a morte do artista que revolucionou a ciência e a arte mundial — e que hoje é estudado de faculdades de arquitetura à medicina.

Monumento de Leonardo da Vinci em Milão, Itália

“É uma comemoração que durará o ano todo, inclusive além, porque é uma oportunidade da Itália comemorar um gênio, um gênio que é nosso, universalmente apreciado, em um tal ponto que as cerimônias vão acontecer no mundo inteiro”, disse Giuseppe Conte, chefe do governo.

Segundo Conte, se espera que dezenas de eventos se realizem até abril de 2020, com a ajuda de vários ministérios, incluindo os da Cultura, da Educação e das Relações Exteriores. “Não existe nenhuma disciplina que Da Vinci não explorou: das artes às letras, da biologia à anatomia, das matemáticas à filosofia. Ele é imortal”, continuou ele durante o evento de apresentação dos eventos.

A Itália ainda afirmou que vai prensar moedas de dois euros com a efígie do mestre renascentista e quatro selos italianos com algumas de suas obras.

As comemorações devem ser estender à vizinha França também pelas relações que o artista e filósofo teve com o país: ele tinha conhecido o jovem rei francês três anos antes de sua morte, em Roma, e cruzou os Alpes depois que Francisco I lhe ofereceu uma imensa pensão e uma casa em território francês. Essa é a razão, inclusive, pela qual a famosa Mona Lisa e várias de suas obras estão na França até hoje — ele levou grande parte deles com ele em uma mala.

Da Vinci pintou poucas telas depois de chegar à França, porque se envolveu em projetos arquitetônicos e de engenharia. Alguns falharam, como uma tentativa de drenar os pântanos de Sologne, mas muitos historiadores acreditam hoje que ele foi responsável por desenhar — ou conceber a ideia — do castelo de Chambord, o mais complexo e impressionante de Loire. Ele também se tornou o planejador das festas do rei, organizando ao menos quatro grandes eventos de Francisco I.

Outros museus e galerias por toda a Europa estão celebrando o legado de Da Vinci neste ano, e 2019 verá algumas das maiores exibições de pinturas e obras desde que a National Gallery, em Londres, promoveu uma mostra exclusiva do florentino, em 2011. A principal delas deve ser a do Museu do Louvre, em Paris, que vai abrir as portas em outubro e deve apresentar os trabalhos mais importantes de sua vida.

O Louvre possui cinco das 15 telas em que há consenso que foram pintadas por Leonardo Da Vinci — o que coloca o museu como o maior proprietário de obras do artista italiano, incluindo desenhos da coleção real francesa, nunca apresentadas antes.

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