Com colaboração de Rosane Rodrigues em Montreal (Canadá)
Estudar em um país diferente, aprender a falar uma língua estrangeira e conhecer outra cultura é o sonho de muitos brasileiros. No topo dos destinos está o Canadá. É o que mostra uma pesquisa realizada pela BELTA – Associação das Agências Brasileiras de Intercâmbio – que entrevistou mais de 6 mil estudantes e 98% deles disseram que querem embarcar rumo ao Canadá. Os Estados Unidos vêm logo abaixo na escolha e seguido por Reino Unido, Austrália e Irlanda. No total, 36 destinos apareceram como opções dos brasileiros, que movimentaram entre 2,7 e 3 bilhões de dólares em programas educacionais, em 2017. “O mercado de intercâmbio cresceu tanto em volume como em receita porque o brasileiro começou a considerar opções mais diversificadas e apostou em se especializar profissionalmente”, explica Maura Leão, presidente da Belta.
O Canadá é considerado uma potência quando o assunto é educação e atrai estudantes do mundo inteiro por vários motivos como a alta qualidade de vida, segurança pública, belezas naturais, estabilidade econômica e a moeda. O valor do dólar canadense quando comparado ao americano ou ao euro faz com que os cursos de inglês ou francês, em cidades como Toronto ou Montreal, fiquem quase um terço do valor de um intercâmbio similar em Nova Iorque ou Paris. “Apesar do estudante internacional pagar mais do que um aluno canadense, o valor é acessível se comparado a outros países do mundo onde o custo é bem mais alto para o estrangeiro“, afirma Terry Ferreira, consultor de imigração em Toronto.
No início de 2018, o Canadá foi eleito pela terceira vez como o segundo melhor país do mundo, atrás apenas da Suíça, e o primeiro em qualidade de vida em uma pesquisa realizada pela consultoria americana Best Countries, que ouviu quase 30 mil pessoas, em 80 países. Para a psicóloga Guacyra Guarany, que faz atendimento para agência de intercâmbios Bonjour Hi em Montreal, a sociedade canadense é muito acolhedora e recebe bem os alunos estrangeiros. “O Canadá nasceu sob o signo da diversidade e aprendeu a aceitar o diferente de forma mais acolhedora que outros países. Sinto-me bem-vinda e respeitada aqui. É o que ouço também dos estudantes brasileiros que vem para cá e se apaixonam pelo povo e sua sociedade aberta às diferenças culturais. É bom se sentir acolhido“, disse a especialista em suporte emocional para alunos internacionais.
André Neder tem 25 anos e estudou no Canadá, pela primeira vez, em 2012, para aprender inglês e francês, que são os dois idiomas oficiais do país.
“Em Montreal, eu descobri a possibilidade de uma carreira nova que é o Cinema. Vi sets de filmagens, gravações, coisas que nunca havia visto no Brasil e percebi que o Canadá poderia ser uma oportunidade profissional. Voltei para o Brasil, juntei dinheiro e investi em um college (faculdade) de Artes, Comunicação e Mídia”, explica Neder. Além da qualificação e da fluência em uma língua estrangeira, a possibilidade de imigrar após o término do curso também foi um dos fatores da escolha de Neder.
Na contramão do vizinho Estados Unidos, o Canadá está aberto para imigração. Atualmente, o país do primeiro-ministro Justin Trudeau oferece mais de 20 tipos de programas para quem quer imigrar e um deles é para estudantes. “É possível sim imigrar por meio de estudos. O Canadá tem um programa que valoriza muito quem vem estudar, seja fazendo uma pós-graduação ou curso técnico, e permite que a pessoa tenha direito a uma licença de trabalho pós-formação (Post-graduation work permit), que é o meio mais utilizado hoje pelos brasileiros para conseguir uma residência permanente no país“, finaliza Terry Ferreira.
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