O mural?´Etnias´?do artista Eduardo Kobra, pintado no Boulevard Olímpico, na Orla Conde, área portuária do Rio, recebeu o certificado do?Guinness World Record, o?Livro dos Recordes, como o maior grafite do mundo. O trabalho, que tem 3 mil metros quadrados, representa a união entre os povos dos cinco continentes estampada em rostos dos povos Huli da Nova Guiné, Mursi da Etiópia, Kayin da Tailândia, Supi da Europa e os Tapajós das Américas, em uma ligação com os cinco arcos olímpicos.
O artista disse que, antes do certificado, o mural já tinha se tornado uma superação própria, por ser um trabalho de grandes dimensões. Kobra afirmou que não pintou o?‘Etnias’ com a intenção de alcançar o título de maior do mundo. “Realmente não tinha pensado nisso. Sabia da dificuldade do mural e de tudo que significaria realizar um trabalho com estas proporções”, explicou.
Para o grafiteiro, as mensagens nas redes sociais que apontavam o trabalho como um recorde levaram a uma mobilização que o levou ao título. “ Foi uma dupla honra poder realizar um mural no Rio durante a Olimpíada e ainda o mural entrar no livro dos recordes”, comemorou Kobra.
Além de ficar satisfeito com o reconhecimento,?Kobra lembrou que o trabalho abriu caminho para outros artistas que foram convidados pela Prefeitura do Rio para pintar outros muros e paredões de prédios na Região Portuária. “Vi a intenção da prefeitura de ocupar prédios da região, transformando a área em uma galeria de arte a céu aberto. Achei isso importante porque faz a opção de uma coisa bem democrática na arte. Estilos diferentes, linguagens diferentes”, afirmou Kobra.
Além do tamanho, o mural bateu outro recorde não incluído no certificado: o número de fotos feitas pelo público que foi ao Boulevard. O mural se tornou uma das maiores atrações durante os Jogos Rio 2016. Kobra disse que ficou impressionado com a quantidade de gente que foi ao local para ver e tirar fotos. “As pessoas compreenderam a mensagem de paz e de união dos povos que eu quis passar através do muro”.
O artista disse que a pintura consumiu meses de trabalho dele e de mais dez pessoas. “Teve uma organização logística. Fiz mais de dez desenhos experimentais para chegar nesse resultado. Levei três meses para chegar ao resultado do desenho, depois levei mais um mês preparando o muro e mais um mês pintando”, concluiu o grafiteiro.
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