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Teatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta Concerto com Obras Sacras

No programa, o Coro, a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ) e solistas convidados executarão a ‘Messa di Gloria’de Giacomo Puccini, além do ‘Stabat Mater’ e do ‘Te Deum’ de Giuseppe Verdi

Coro e OSTM. Foto: Salvador Scofano

Coro e OSTM. Foto: Salvador Scofano

A Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro, realiza no dia 27 de agosto, às 16h, o Concerto com Obras Sacras. No programa estão a Messa di Gloria, de Giacomo Puccini, o Stabat Mater e o Te Deum, de Giuseppe Verdi. O concerto com o Coro e a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal contará, como solistas, com a soprano Flávia Fernandes, o tenor Gustavo Quaresma e o baixo-barítono Licio Bruno, e terá regência de Jésus Figueiredo, Maestro Titular do Coro do TMRJ.

“Verdi e Puccini foram dois titãs da música italiana no século XIX e nas duas primeiras décadas do século XX. Deixaram seus nomes marcados na história da música universal, sobretudo por suas óperas. Uma pequena parte da obra dos dois compositores, no entanto, foi dedicada a outros gêneros, dentre os quais se destaca a música sacra. Este programa é composto por obras que representam fases muito distintas de seus criadores. A Missa de Puccinié composição da juventude dele, mas já revela o extraordinário talento de seu autor. Já o Stabat Mater e o Te Deum de Verdi são obras de plena maturidade do compositor, que fazem parte das Quattro pezzi sacri, publicadas em 1898, três anos antes de sua morte em 1901”, observa o Maestro André Cardoso, Diretor Artístico do TMRJ.

Coro do Theatro Municipal. Foto: Clarice Castro

Coro do Theatro Municipal. Foto: Clarice Castro

Sobre as obras sacras

Segundo o Chefe da Divisão de Ópera do TMRJ, Bruno Furlanetto, a Messa di Gloria é o nome apócrifo para aMessa a Quattro Voci e Orchestra, obra escrita por Giacomo Puccini para o exame final no término do curso do Conservatório de Lucca em 1880 é a obra mais importante da juventude do compositor. Julgada por alguns como “teatral”, ela revela notável facilidade na composição, um lirismo naturalmente expressivo e uma maneira grandiosa em tratar os coros. Puccini utiliza nela a velha tradição do aproveitamento de composições anteriores: o Moteto e o Credo são provenientes de duas obras de 1878, e o Kyrie será reaproveitado na ópera Edgar e o Agnus Dei na ópera Manon Lescaut, e não se pode negar que a ária do tenor, Gratia Agimus, já é uma ária de estilo operístico, assim como o expressionista Crucifixus. Por outro lado, muitas passagens criam uma atmosfera religiosa, como o prelúdio do Kyrie. Com esta missa juvenil, Puccini provou ser um digno herdeiro de seus antecessores. Seu domínio da técnica era admirável, particularmente, no cuidado dado à orquestra, seja nos acompanhamentos ou nos intervalos entre as partes vocais. Foi um compositor que aprendeu a utilizar as notas para seus próprios fins.

Bruno Furlanetto prossegue, informando que o Te Deum escrito por Verdi no inverno de 1895 e o Stabat Mater, composto no ano seguinte, são suas últimas composições, ao contrário do que muitos acreditam ser a óperaFalstaff, a vigésima-sexta ópera do mestre. Verdi escreveu, aos 82 anos, as duas últimas peças dos Quattro Pezzi Sacri – o Te Deum e o Stabat Mater. Em 1897 enviou-os para a Ricordi publicá-las, mas não queria que fossem executadas. O Stabat Mater tem o texto latino escrito pelo Papa Inocente III, no final do século XIII, revisto por Jacopone da Todi no século seguinte. Apesar de ter vinte estrofes de três versos é relativamente curto, sendo considerado pela maioria dos críticos como a mais importante e melhor das quatro peças. Um coro em quatro partes e uma grande orquestra unem-se para uma peça difícil de analisar em termos convencionais: as ideias musicais são muitas e impressionantes, raramente repetidas, que vão da pureza e simplicidade de Palestrina ao drama de Macbeth, Il Trovatore, Don Carlos.

O Te Deum que tem o texto mais antigo, do Século VI, é a mais longa, mais dramática e mais variada das quatro peças. Sua linguagem musical econômica, com poucas repetições, sobe a alturas e desce a profundidades de acordo com as palavras. Verdi se afastou aqui dos Te Deum tradicionais, sempre uma celebração triunfante de vitórias, de coroações, vendo nele, ao contrário, um pedido pela salvação e uma confissão de fé. O coro duplo e a orquestra salientam a dúvida, o terror, o mistério e a súplica de forma nunca feita anteriormente, acabando numa humilde oração, que a orquestra termina, sozinha, com harmonias quietas, porém perturbadoras.

Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Praça Floriano s/n° – Centro
Dia: 27 de agosto, sábado
Horário: às 16h | Duração – 100 minutos, com intervalo
Classificação etária – Livre
Capacidade – 2.227 lugares
Informações: (21) 2332-9191

Preços:
Frisas e camarotes – R$ 504,00
Plateia e balcão nobre – R$ 84,00
Balcão superior – R$ 60,00
Galeria – R$ 30,00
Vendas na Bilheteria, no site Ingresso.com ou por telefone (21) 4003-2330

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