Viajar com nossos mascotes é maravilhoso. Cada vez mais pessoas descobrem isso e acabam inserindo o seu animalzinho de estimação nas viagens. E, felizmente, é cada vez maior também a quantidade de destinos e estabelecimentos que nos acolhem com esses nossos companheiros de viagem.
No entanto, para que essa tendência continue a crescer é preciso que haja bom-senso e consciência, fatores imprescindíveis para o equilíbrio no convívio em sociedade.
Através de uma pesquisa e de depoimentos de donos de pets e proprietários de alguns meios de hospedagem pet friendly, a Turismo 4 Patas listou os 5 maiores erros dos “pet viajantes”.
Veja quais são eles e como podem ser facilmente evitados ou solucionados:
1) Não conhecer ou não respeitar a política do local
O fato de o local ser pet friendly não significa que o seu mascote pode fazer o que bem entender. Cada estabelecimento possui sua própria política, onde estabelece regras e limites que, normalmente são elaboradas levando em conta a sua estrutura, o nível de preparo que eles têm para atender a esse tipo de público e também o perfil dos frequentadores do local.
Devemos lembrar que os locais não são exclusivos para pets e que qualquer incidente pode acarretar danos e problemas para o estabelecimento. Muitos deles não têm conhecimento ou experiência com animais, afinal, não é (pelo menos até o momento) o foco deles e preferem prevenir do que remediar. O que não deixa de ser uma decisão equilibrada.
As regras existem por alguma razão, que você pode não saber ou mesmo não concordar, mas deve respeitar.
2) Dispensar o uso da guia
Ver o seu peludo circular livremente, correr por todos os lados é uma delícia. Mas existem lugares determinados e condições adequadas para isso.
Em locais públicos, onde há circulação de veículos, transitam pessoas desconhecidas, outros animais e, pior ainda, são servidas refeições, não há como garantir o comportamento do seu mascote. A não ser que você seja um especialista e profissional em comportamento animal e o seu pet um belo exemplo de obediência com garantia de resposta imediata aos comandos. Mesmo nessa hipótese, em respeito aos demais frequentadores – que não têm acesso a essa preciosa informação sobre vocês, é de bom tom que a guia seja mantida….afinal, para que fazer demonstrações desnecessárias se não se trata de um pet show?!
O convívio em sociedade exige segurança e tranquilidade para todos. Somente o uso da guia pode garantir que o seu mascote não irá, por exemplo, avançar num outro cão caso não vá com a fuça dele, se jogar na piscina do hotel porque está fazendo um calor infernal, pular na bandeja quando o garçom passar com o prato da mesa ao lado ou mesmo atravessar a rua repentinamente porque viu passar uma cachorrinha irresistível.
3) Permitir aproximações não solicitadas
Você ama tanto o seu pet que acaba achando que todo mundo pensa e sente igual. Normalmente esquece que, infelizmente nem todas as pessoas gostam de animais. E elas não são obrigadas a gostar. É preciso entender, aceitar e respeitar. E assim também poderá exigir o direito de ser respeitado.
Algumas pessoas também têm medo, seja por falta de conhecimento, por falta de convívio ou por algum incidente que possa ter criado um trauma. E ninguém é obrigado a engolir a justifica de que “ele é bonzinho….não faz nada”.
Portanto, ainda que seja para dar umas boas lambidas, não permita que o seu pet se aproxime sem ser convidado.
4) Se comportar como se estivesse em casa
Se na sua casa o seu pet dorme na sua cama, come sentado na mesa ou assiste TV no sofá, ninguém tem nada com isso. Lá, as regras são suas e também são seus os lençóis, a louça e tudo mais que pertença a sua moradia e seja de uso exclusivo seu, da sua família e do seu pet.
Em locais públicos e de uso comum, a coisa muda de figura e, assim como nós, nossos mascotes precisam aprender que há costumes de casa que não levamos para a rua. Não duvide! Um cachorro pode aprender várias coisas, inclusive incorporar diferentes rotinas, de acordo com o ambiente e situação.
Portanto, nada de deixar o peludinho subir nos móveis, colocar as patinhas de lama em cima da cama ou fazer as necessidades dentro do quarto do hotel sem a devida preparação. Se fizer mesmo muita questão de dormir com o seu amiguinho na cama, seja transparente e comunique ao hotel para saber a possibilidade ou até mesmo se comprometa a levar sua própria roupa de cama. Estabeleça o local onde será o banheirinho do seu mascote com jornal ou tapetinho higiênico ou fora do quarto – mas sempre recolha os dejetos.
Ah, e não se esqueça de, na bagagem do pet, levar seus próprios utensílios como comedouro, mantinha e toalhas.
5) Não combinar o perfil do pet com a programação da viagem
Se você vai levar o seu pet como companheiro de viagem, significa que ele estará incluído na programação, certo?
Pois é, na empolgação de poder viajar com seu mascote, muita gente acaba esquecendo desse “pequeno detalhe”. E aí, o que deveria ser divertido e prazeroso para todos, pode acabar se tornando um tédio para o animal ou mesmo um problema para o dono e para o estabelecimento.
Um dos maiores problemas apontados pelos hotéis pet friendly é justamente o fato dos hóspedes deixarem seus pets trancados no quarto, sozinho, por muito tempo.
Então, se o destino da viagem for um lugar onde as atrações são lojas ou museus, por exemplo, certifique-se de que o seu pet será bem-vindo. Se for um destino de aventura com trilhas e rios, tenha a certeza de que o seu amiguinho tem condições de saúde e preparo físico para as atividades. Se for uma praia, será que você não terá problemas ao permanecer com ele, já que animais são proibidos em zonas litorâneas do Brasil? Ou seja, certifique-se de que, o seu companheiro de viagem não ficará grande parte do tempo sozinho, trancado no quarto do hotel. Porque aí, além do risco de causar danos ao estabelecimento destruindo móveis ou objetos ou incomodar com latidos excessivos, você pode acabar gerando problemas desnecessários como a ansiedade de separação ou estresse emocional.
Se você se identifica com alguns dos exemplos acima, não se preocupe. Errar é humano e, muitas vezes, erramos por falta de conhecimento. Nunca é tarde para aprender e mudar. Se não comete nenhum desses erros, parabéns e continue assim!
É simples e não custa nada. Com um pouco de bom-senso, responsabilidade e educação, teremos cada vez mais portas abertas para os nossos companheiros animais. Antes de mais, para que tenhamos os nossos direitos respeitados, devemos ser os primeiros a dar o exemplo.
Larissa Rios, fundadora da empresa e portal Turismo 4 Patas, é Turismóloga, especialista em Hospitalidade animal e roteiros de viagem e eventos pet friendly