Recebe o nome de Escandinávia uma região geográfica, cultural, linguística e política do norte da Europa. Geograficamente, o termo refere-se à península escandinava, localizada entre o Mar do Norte e o Golfo de Bótnia e o Mar Báltico, constituindo a maior península na Europa. Mas, o termo Países Escandinavos não corresponde a mesma fronteira definida, por isso algumas divergências em relação aos países que a compõem.
É com certeza uma das regiões mais lindas do mundo composta pelos países: Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Islândia É cortada ao meio pelo circulo Polar Ártico, tem um inverno rigoroso, muita precipitação de neve e as temperaturas chegam a – 20ºC.
Neste julho de 2015, em pleno verão, enfrentamos temperatura de 8ºC. Estive em Copenhague (Dinamarca) – destaque para Igreja do Nosso Salvador, Tivoli Garden, Castelo Rosenborg, Opera House, Palácio de Christiansborg, Museu Nacional e Prefeitura. E Oslo (Noruega) – destacamos o Castelo e Fortaleza de Akershus, o Parlamento, o Palácio Real, O Nobel Peace Center, o Museu Histórico e o Nacional de Arte Contemporânea. E depois Estocolmo (Suécia) – conhecendo o Palacio Drottningholm, a Prefeitura, Djurgarden, Museu do Vasa, o Stockholm Old Town, Palácio Real, Catedral e Royal Armoury.
É impressionante a qualidade de vida e a organização social que esses países atingiram. As soluções urbanas encontradas, frutos de planejamentos e visando a praticidade, funcionalidade e a integração espaço/indivíduo/sociedade são fantásticas. Tudo funciona, é lindo, limpo, sem poluição alguma, organizada, perfeita. Todos os sistemas de saúde e educacionais são de responsabilidade do Estado. Os três países são parlamentaristas e tem seus respectivos monarcas (reis, príncipes).
Os carros, em sua maioria são elétricos. Andamos a pé sem receio nestas capitais a qualquer hora, sempre nos surpreendendo com todo tipo de beleza existente: geográfica, botânica, arquitetônica, cultural. Tudo é tão perfeito e funcionando adequadamente que nos faz refletir muito sobre o nosso querido e sofrido Brasil. Mas, uma situação gera um contraste entre seus habitantes e tudo que observamos de bom. A depressão.
São países com altíssimo índices de depressão e até mesmo de suicídios. Mas o que ocorre? Ao investigar entendemos que a população é acometida de TAS – Transtorno Afetivo Sazonal ou também conhecido como a Depressão de Inverno. Os sintomas deste transtorno são: angustia, irritabilidade, apatia, pensamentos negativos, baixa auto-estima, cansaço, fadiga, diminuição do desejo sexual, isolamento social e idéias suicidas.
Devido a esses países estarem localizados próximos ao Ártico, ocorre um fenômeno climático significativo. Os dias de verão ficam claros e com sol por cerca de 2/3 das horas por dia e no inverno exatamente ao contrário, a noite e escuridão predominam 2/3 do dia aproximadamente. É no inverno que a depressão surge. A ausência de luz por longos períodos contribui para a redução da produção de um neurotransmissor que regula o humor, o apetite e o sono: a serotonina. E estimula a produção de outro, a melatonina, que em excesso provoca sensação de cansaço, desanimo diminuição de energia e letargia.
A depressão é mais freqüente nas mulheres: 4 para cada 1 homem. E não tem prevalência de idade. Todos podem desenvolver a depressão, pois é orgânica e gerada por fatores exógenos (falta da luz do sol), causando descontrole endógenos (neurotransmissores). Existe a necessidade de ministrar antidepressivos e realizar sessões – 3 vezes por semana de 30 minutos cada – de fototerapia especializadas, desenvolvida para este fim, que não bronzeia nem causa danos na pele. Esse tipo de depressão é uma doença grave que as autoridades estão conscientizando a população dos cuidados e principalmente do tratamento preventivo, portanto recomenda-se que a população receba essas sessões de fototerapia para prevenção, mas uma vez desenvolvida a patologia é acrescentado a esse tratamento os psicofármacos. Grupos terapêuticos são organizados pra que as pessoas possam falar e ouvir relatos e serem orientados por profissionais da área de saúde. Mesmo com a tendência desse fenômeno patológico coletivo, a sociedade esta sendo tratada, não só de forma paliativa, mas preventivamente. Isto também faz parte da beleza e qualidade de vida nos Países Escandinavos.
Por Anderson Zenidarci – psicólogo, supervisor, palestrante, pesquisador, professor universitário de graduação e pós graduação. Um viajante incontrolável e amante de arte que dedica-se em disseminar história e cultura em sua coluna Panorama Cultural publicada mensalmente na revista Psique Ciência & Vida.
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