Sempre tive muito receio em viajar para os Estados Unidos e nunca escondi isso de ninguém. Alguns amigos viajados ficavam surpresos quando eu contava isso em alguma conversa. Vários deles sempre tiveram cidades como Miami, Nova York e San Francisco como quintal de casa enquanto eu, no meu medo de sei lá o que, ficava com aquele grilo gritando na minha cabeça. Pra mim tudo bem, não havia maiores problemas nisso, mas o bichinho da curiosidade em conhecer culturas diferentes enfim gritou: ESTADOS UNIDOS!!! Danou-se, me dei conta que estava na hora de enfrentar um dos meus maiores medos irracionais.

Tudo começou a tomar corpo, verdadeiramente, quando arregacei as mangas e pensei no processo de solicitação do visto. Aí bateu o medão de novo, mas e onde foi parar a minha coragem?? Voltou no tempo, lá na novela América (sim, foi lá que começou meu medo, a autora Glória Perez me traumatizou). Foi então que uma ideia brilhante me veio a cabeça: vou buscar ajuda profissional. Não, nada de psicólogo, mas uma boa empresa de consultoria especializada em vistos e passaportes. Como sempre trabalhei na área de turismo, me lembrei na hora da Schultz Vistos que sempre foi referência no mercado e fui em busca de informações.

Desde o primeiro atendimento eu fui me desarmando e ficando mais relaxada, na medida do possível. A Mara, que me atendeu na loja de Niterói, cidade que moro, me deixou confortável e tranquila logo no início do processo. Pode parecer exagero para alguns, mas para quem sempre teve um grande bloqueio, acredite, esse passo foi um caminho para a liberdade. Além desse medo irracional que sempre tive, sou uma pessoa super enrolada para preencher fichas e decifrar siglas e tinha receio que isso me atrapalhasse na hora de fazer todo o processo por minha conta. Sabe aquela pessoa que preenche fichas de hotel e imigração constantemente e ainda assim erra alguma lacuna quase sempre? Pois então…

Após nossa conversa inicial, demos logo entrada no processo de solicitação, pagamento de taxas para então seguirmos no agendamento da entrevista. No meu caso ainda havia um agravante, o prazo. Não a Mara não fez milagre e nem mexeu pauzinhos, mas foi super competente em não perder tempo, deixando o meu requerimento ser despachado com calma, em um tempo normal como no caso de uma pessoa que só vai viajar meses a frente. Eu só tinha 10 dias ao todo, entre entrada no pedido de visto, colhimento das digitais e foto, entrevista pessoal e retirada. Foi uma corrida maluca, no sentido mais completo da expressão.

Após o agendamento veio aquele momento congelante da entrevista. Juro pra você que tive sonhos horríveis na véspera, algo no melhor estilo drama americano. Vinham imagens de um carrasco carimbando um “não aprovado” me encarando com aquele olhar assombrado. Sempre achei que iria entrar em uma sala enorme onde um agente consular iria me atender de forma seca e fria, sentado em sua mesa pomposa. Imagine o tamanho da minha surpresa quando depois da fila inicial e da rápida espera em uma sala, eu fui chamada para uma outra sala e entrei em uma outra fila (tudo muito rápido, vale ressaltar) para ser atendida em pequenos guichês. Na hora pensei: ai que horror, vou passar vergonha frente de toda essa gente??!!! Só me restava respirar e seguir. Me lembrei das orientações da Mara e isso me deixou mais tranquila. Segui com minha pastinha cheia de documentos que comprovariam que minha intenção era ir e voltar para o Brasil e que tinha muitos vínculos aqui.

Finalmente aquele momento temido chegou. O agente consular olhou para mim com bastante atenção, me perguntou a intenção da viagem, digitou algumas coisas, e disse apenas: boa viagem! Mas hein???!!!! Só isso??? Jura??? Não, eu não falei, mas pensei exatamente isso. Sorri educadamente agradecendo a atenção e saí rapidinho feliz da vida. Finalmente desencantou. Finalmente eu viajaria para os Estados Unidos.

Vencida esta etapa que me gerava um bloqueio enorme ainda tinha o prazo de entrega do meu passaporte com o visto para tudo ficar perfeito e ficou. Deu tempo para tudo e a apenas três dias da viagem eu peguei meu passaporte de volta com o visto.
Algumas viagens depois eu ainda me lembro da Mara que tanto me passou confiança quando dei entrada em todo o processo lá na Schultz Vistos e só posso sentir muita gratidão pela sua atenção e carinho. Para mim, ela foi um dos elementos mais importantes para vencer esse bloqueio psicológico insano. Se você se identificou com tudo que relatei na minha experiência, recomendo que busque alternativas que te deixe confiante como aconteceu comigo.

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