Variedades & Tecnologia

Destinos ainda investem pouco em comunicação

É impressionante constatar que as dificuldades para a cobertura do setor de Turismo se mantêm as mesmas, passados quase 20 anos desde que atuo como jornalista. Mudaram-se governos, abrimos o mercado, vieram investimentos estrangeiros, vivemos momentos inéditos para a área, como a realização da Copa do Mundo, ganhamos investimentos pesados em infraestrutura, tivemos a chance de nos tornar vitrines para o mundo.  Mas, salvos alguns raros exemplos, no Brasil, o Turismo, infelizmente, ainda não é visto com a seriedade necessária. Principalmente porque os destinos ainda investem pouco em comunicação.

Comunicação

Constatar isso é simples. Em alguns casos, vexatório. Algumas assessorias de imprensa dos destinos sequer possuem informações sobre suas principais atrações. Limitam-se a passar dados básicos, como localização e página na internet. Se perguntadas sobre possíveis diferenciais ou curiosidades da cidade, talvez se engasguem e saiam pela tangente. Perdem a chance de valorizar suas comunidades, seu artesanato, sua culinária, suas personalidades ilustres, sua história.

Algumas sequer possuem fotos das atrações que divulgam – o que pode prejudicar menções espontâneas. Isso porque, mesmo sendo jornalista, posso ter esquecido ou perdido minha máquina durante uma cobertura. Ou minhas fotos podem não ter ficado tão boas. São tantos os motivos que não há justificativa para a falta de boas fotos de divulgação para os roteiros turísticos.

diferentes

É o Destino que deve ser fotografado, e não o Secretário de turismo, Prefeito etc…

Pouco ou nenhum investimento nas redes sociais, de um lado, denota a falta de conhecimento do funcionamento e alcance desta importante ferramenta de comunicação. Mas, por outro lado, representa um desperdício incalculável de oportunidades de comunicação e interação com o público-alvo.

Isso sem contar na destinação equivocada de recursos para mídias tradicionais, ou para a construção de Pontos de Informação Turística, os PITs, com funcionários mal treinados, que não compreendem a real importância do seu trabalho para a economia da sua cidade.

Daí que percebo, de verdade, muitos dos envolvidos fazerem milagre com o pouco que possuem. Mas as ações ainda estão longe de transformar o setor que, apesar dos pesares, ainda é dos mais promissores do país.

Por Juliana Tavares – jornalista, fundadora da J2 Comunicação, empreendedora e adora novidades que possam tornar o mundo um lugar melhor pra viver.

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