Variedades & Tecnologia

Em busca do NOVO

 

Que os reality shows dominaram o Brasil, isso nós já sabemos. Existem, também, os que apresentam disputas musicais onde os melhores cantores são escolhidos.

Acho muito interessante esse tipo de competição quando realizado por empresas sérias que tratam os cantores como cantores, artistas e trabalhadores da arte. Fico feliz quando uma nova voz aparece e fico mais feliz, ainda, quando uma voz diferente é descoberta, como foi o caso da paraibana Lucy Alves, na última edição do programa “The Voice”, exibido pela rede Globo de televisão.  Além de uma voz bem diferente, mantendo seu sotaque belíssimo, Lucy tocou sanfona e piano, deixando todos os telespectadores e jurados boquiabertos. Infelizmente, a paraibana não ficou em primeiro lugar, como muitos queriam e torciam, mas, ganhou um enorme destaque no programa.

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AlceuSinto muita falta, apesar de não ter vivido esses momentos, dos festivais com canções inéditas onde novos cantores e novos compositores eram revelados. Belchior, Caetano, Geraldo Vandré, entre outros, são exemplos de compositores que tiveram  suas músicas  ecoando em suas vozes ou em outras vozes, nesses festivais onde os jovens cantavam, defendiam e torciam fielmente pela sua canção favorita. O que acho também é que o comércio tomou conta da música de tal forma que as músicas interpretadas, neste tipo de festival, não “atingem o público, pois, o público canta o que a própria mídia já toca e, neste caso, as novas canções vão ficando para trás.

festivaisO Brasil é um país riquíssimo em compositores. A música brasileira é belíssima e inovadora, mas, nós não temos um programa onde os compositores e os novos cantores interpretem algo inédito. Acredito que os grandes produtores devem dizer: “Isso não vende!!” Eles têm uma certa razão. Não vende porque eles próprios criaram uma geração onde poucos  buscam uma nova cara, uma nova voz.

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Existem alguns que mantém a resistência e garimpam novas figuras da música brasileira,  valorizando  o novo,  divulgando e comentando sempre sobre as novas descobertas, mas, infelizmente, a grande massa, o povão, vai na onda dos que mandam e os que mandam não querem perder seu tempo nem dinheiro. São muito burros porque poderiam estar ganhando muito dinheiro com o NOVO, mas, permanecem insistindo no  imediatismo,  sem o mínimo de qualidade.  Não podemos perder a nossa memória e apagar as músicas existentes, mas, podemos, sim, valorizar  o que ainda não foi mostrado.

Feliz 2014!  Busquem o novo.

Leia outras publicações de Fabrício Ramos em www.embarquenaviagem.com/oscolunistas/fabricioramos

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