Outro dia, visitando um sebo, coisa que sempre faço, peguei alguns livros e fui separando para, no final, escolher os que iria comprar. Títulos diversos, com assuntos bem diferentes e autores conhecidos e desconhecidos por mim, eram acrescentados à minha cesta de compras enquanto eu batia um papo com o proprietário da loja.

Algumas pessoas se juntavam à conversa e aquele clima de amizade ia se formando, além das dicas que um dava para o outro, sobre os livros que marcaram, de alguma forma, suas vidas.

Separei os livros que ia comprar e cheguei em casa ansioso para começar a ler algum dos títulos, pois, com outras tarefas para fazer e também textos para analisar, fica difícil colocar mais um livro na fila de espera. Queria um livro tranquilo para relaxar, ao final do dia, antes de dormir, como costumo fazer.

Guardei os livros e, por incrível que pareça, existia um a que não dei tanta atenção, apesar do título ser bem sugestivo.

Meses se passaram e o livro estava lá, meio que olhando para mim. É como em outras coisas que acontecem conosco quando temos algo do nosso lado e não damos uma atenção devida. Colocamos sempre uma desculpa, no trabalho e em tantas outras coisas, que não conseguimos, ao menos, observar o que está tão perto.

Precisamos, todos, prestar atenção nos pequenos detalhes, abrir os olhos e ver também o que está por perto, buscar entender coisas próximas, não abandonando as que estão mais distantes.

O livro foi um exemplo real do que sempre ocorre com muita gente. Você, muitas vezes, aperta a mão e não olha nos olhos; dá um abraço e não sente a outra pessoa; vive e não tem interesse em viver para você mesmo.

Quantos casos de amor você poderia ter vivido se desse uma chance a quem estava do seu lado? Quantas pessoas, por timidez ou algum outro motivo, não puderam lhe dizer o quanto gostariam de ficar mais próximas de você, como amigos.

Quanto ao nome do livro, quem sabe um dia eu conto…

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