Irandhir Santos é uma daquelas promessas de um cinema renovado, como é o cinema pernambucano, que vive o seu melhor momento, com diversas produções e com o sotaque direto e não mascarado.
Este assunto,do sotaque, falaremos em breve, pois, é algo que me intriga muito e que algumas emissoras de TV, principalmente, insistem em criar. Um sotaque imaginário de um povo real, batalhador e talentoso, como é o povo nordestino e, neste caso, o povo pernambucano.
O artista passou por várias cidades na infância, mas, viveu a maior parte do tempo em Limoeiro – PE, cidade que conheço e que me agradou bastante quando a visitei. Em 2003 graduou-se no curso de Licenciatura em Artes Cênicas pela UFPE.
Muitos o conhecem pela sua belíssima atuação em “Tropa de Elite 2”, acredito que o seu papel de mais visibilidade, onde Irandhir interpreta um professor de História e depois se torna o deputado estadual Fraga. Tem um papel importantíssimo desde o início até o final do filme contra a corrupção no sistema.
Conheci o trabalho de Irandhir quando ele interpretou “Quaderna”, baseado no livro “O Romance da Pedra Do Reino” do grande mestre Ariano Suassuna, em uma minissérie exibida pela Rede Globo de televisão. Essa minissérie deu a Irandhir uma grande visibilidade a nível nacional.
De lá para cá passei a acompanhá-lo e admirá-lo, mais ainda, a cada trabalho. Vieram vários filmes como “Baixio das Bestas”, “Besouro”, “Olhos Azuis”, onde o ator encarna um imigrante brasileiro, chamado Nonato, sofrendo humilhações por parte dos policiais norte americanos. Deu até vontade de contar o fim, mas, com certeza, isso é antiético.
Em “Febre do Rato”, com direção de Cláudio Assis, Irandhir é o poeta Zizo, anarquista, e dono de um tabloide que ele mesmo publica. O ator dá mais um show de interpretação ao lado de figuras ilustres como Matheus Nachtergaele e grande elenco.
Outro dia vi uma entrevista de Irandhir na minha cidade natal, Triunfo – PE, onde ele foi homenageado e, para ser mais prazerosa, a entrevista foi feita no colégio onde estudei, “Stella Maris”.
Sem dúvidas a safra de bons atores de cinema e teatro nunca parou de dar excelentes frutos, tanto nas grandes cidades, quanto, com todas as dificuldades, nas cidades do interior do país. O grande fator é torná-los conhecidos do grande público. Isso, com certeza, virá com o tempo. E por falar em “tempo”, estou louco pra assistir a “Luneta do Tempo”, filme de Alceu Valença, para o qual Irandhir também foi escalado.
Irandhir chegou para ficar e a arte agradece.