Por: Daniella Barbosa
Se você é descente de italianos ou teve a chance de conhecer um pouco mais sobre a imigração italiana para o Brasil, iniciada no final do século XIX, provavelmente já ouviu falar de um lugar chamado Gênova. Situada ao norte da Itália às margens do Mar Mediterrâneo, ainda hoje Gênova abriga um dos mais importantes portos da Europa.
Terra natal do ilustre navegador Cristovão Colombo que em 1492 desembarcou na América pensando ter alcançado as Índias, a cidade de Gênova preserva a beleza e a imponência dos tempos áureos das grandes navegações.
Basta um breve passeio pelo chamado Porto Antigo para se ter uma ideia da forte influência da cultura marítima sobre o estilo e a economia da região. Embarcações de todos os tipos fervilham no horizonte, desde os gigantes navios cargueiros apinhados de containers aos inúmeros iates atracados ao longo do píer.
A movimentação dos carregadores, vendedores ambulantes, pescadores com suas bancas repletas de peixes frescos, aliada a uma excelente infraestrutura de serviços com cafeterias, restaurantes, cinemas e museus fazem do Porto Antigo um dos principais pontos de visitação da cidade. Ali estão localizados o Museu do Mar e da Navegação e o fantástico Aquário de Gênova com suas focas, pinguins, tubarões dentre outras diversas espécies da fauna e flora aquática que encantam visitantes de todas as idades.
Deixando o porto a pé em direção ao centro histórico mergulha-se em um emaranhado de ruas tão estreitas que até a coleta do lixo precisa ser feita por veículos adaptados, já que carros do tamanho convencional não conseguem transitar por ali. Essas ruas minúsculas chamadas de “vicoli” abrigam diversos estabelecimentos comerciais, muitos especializados na fabricação da “focaccia”, uma iguaria da culinária local. Trata-se de uma massa bem macia em geral coberta com sal grosso, azeite e alecrim, embora seja essa a receita tradicional as casas especializadas oferecem diversos sabores.
Aliás, visitar Gênova e não experimentar nem focaccia e nem o famoso molho pesto é quase um crime! São marcas registradas da região e os genoveses têm orgulho em dizer que o delicioso molho feito à base de manjericão, alho, queijo parmesão, pinoli, azeite e sal é uma criação local. Uma boa sugestão é misturar as suas coisas e apreciar uma bela focaccia recém-saída do forno acompanha de molho pesto.
Séculos de História
O centro histórico de Gênova é composto por um conjunto arquitetônico de construções datadas do século 16 ao início do século 17. Destaque para o Palácio Ducale e para Ópera Carlo Felice situados no entorno da majestosa Piazza De Ferrari. Há poucas quadras da praça encontra-se a Via Garibaldi, antigamente chamada de Strada Nuova, tombada pela UNESCO como patrimônio da humanidade em julho de 2006. A via é composta por mais de 100 palácios nos estilos barroco e renascentista que pertenceram a nobres famílias genovesas.
Entre as construções históricas estão ainda a Casa de Colombo, localizada na Piazza Dante próxima a Porta Soprano, antigo portão da muralha que protegia a cidade antiga dos ataques vindos do mar.
Para completar esse pequeno mergulho histórico na cultura da cidade do pesto, vale ainda lembrar que além da língua italiana falada em todo território nacional, em Gênova pode-se ouvir um antigo dialeto chamado genovês, cujos habitantes locais afirmam ser muito similar ao português. Portanto, não se espante se algum senhor do comércio local disparar a falar com você em genovês ao saber que é brasileiro. Sorria e aprecie a sonoridade do dialeto, cuja cadência pode até mesmo lembrar a língua portuguesa, já que compreender genovês é mesmo uma tarefa para poucos!
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