Petrópolis é uma das Cidades Imperiais mais charmosas do Brasil. Não, não falo por esta deliciosa cidade ter sido uma espécie de extensão do meu quintal de casa e sim por ser uma verdadeira viagem no tempo visitar seus diversos, hoje, pontos turísticos, onde outrora pessoas tão notáveis e importantes viveram momentos tão importantes em nossa história.
Costumo visitar Petrópolis com certa frequência e busco sempre fazer alguma coisa diferente, embora acabe me repetindo em alguns pontos turísticos e um destes passeios imperdíveis é visitar o Museu Imperial. Momentos interessantes que retratam a vida do país no ocaso do Império podem ser revividos em um delicioso passeio neste que é o casarão mais famoso de Petrópolis.
Construído entre 1845 e 1862, o Palácio Imperial está instalado no terreno da antiga Fazenda do Córrego Seco, por onde o príncipe e depois imperador D. Pedro I costumava cortar caminho nas viagens a Belo Horizonte. Havia, naquela época, várias fazendas e paragens na Serra da Estrela, onde os viajantes pernoitavam para prosseguir em cavalgada pela manhã.
Ao se hospedar na Fazenda do Padre Correia, o príncipe ficou encantado com a beleza do lugar e tentou comprá-la para construir uma residência de campo. A proprietária da fazenda, no entanto, por razões sentimentais alegou que não podia vendê-la, indicando uma muito parecida que ficava logo adiante – a do Córrego Seco. Já imperador, D Pedro I efetuou a compra em 1830. No ano seguinte, porém, abdicando ao trono, retornou a Portugal sem ter visto seu sonho realizado. Antes de viajar, trocou o nome da propriedade, batizando-a “Fazenda da Concórdia”.
D. Pedro II manteve o projeto original assinado pelo arquiteto francês Pezérart, contratado por seu pai. A construção do Palácio da Concórdia se estendeu por longos 17 anos. Agora imagine um despautério: um imenso e encantador prédio de dois andares que reunia 44 cômodos foi usado durante muitos anos para abrigar apenas os quatro membros da Família Imperial: D. Pedro II, Dona Teresa Cristina e as duas filhas do casal, as princesas Isabel e Leopoldina. O palacete era usado no verão e nos finais de semana, assim como a fazenda de Santa Cruz. A residência oficial da família era o Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, outro prédio belíssimo que fica na cidade do Rio de Janeiro e merece ser bem visitado.
Entre outras tantas preciosidades da Corte, o visitante poderá ver medalhas, condecorações, coroas de ouro e brilhantes, lindíssimos baús de joias, braceletes de ouro com os quais a nobreza enfeitava seus escravos em noites de gala, assim como os móveis originais da época que são verdadeiras joias que merecem uma atenção toda especial. Repare no tamanho das camas, nos detalhes dos entalhes na madeira, na riqueza de cuidados nas peças de cristal que iluminavam os grandes salões.
O Museu Imperial é por si só uma verdadeira joia rara, seus espelhos austríacos, seus lustres, suas escrivaninhas, penteadeiras, mesas, cadeiras, aparelhos de jantar… Tudo é uma delicia de apreciar e uma verdadeira viagem no tempo.
Algumas curiosidades
- Você sabe de onde surgiu o nome Petrópolis que até hoje batiza a cidade?
- Segundo consta na história, o mordomo de confiança que sempre acompanhava o Imperador em suas viagens, Francisco Barbosa, foi quem sugeriu batizar a cidade serrana com o nome de Petrópolis, a “cidade de Pedro”.
- Você sabia que o escritório era o cômodo favorito de D. Pedro II onde ele se deliciava com seus livros?
- Dentro do palacete não havia água encanada, por esta razão, no segundo andar havia um quarto de banhos com uma banheira, um lavatório de louça e uma comua que era nada mais que uma cadeira com urinol embutido que fazia a vez de vaso sanitário. E para onde ia o “conteúdo” deste urinol? Bem, este era recolhido por algum criado e descartado do lado de fora da casa.
- A cozinha ficava do lado de fora do palacete em uma construção logo atrás do prédio. As comidas eram transportadas em uma espécie de carrinho que mantinha um compartimento com carvões em brasa ao fundo para manter a comida quentinha.
- Os criados cozinhavam e dormiam fora do palacete que era exclusivo dos nobres.
- O Museu Imperial possui um dos maiores e mais importantes arquivos históricos do Brasil com mais de 250 mil documentos, gravuras, mapas e fotografias. A belíssima biblioteca, especializada em História Brasileira dos séculos 18 e 19 conta com mais de 60 mil volumes, dentre eles, 8 mil obras raras. Uma maravilha!!
Não deixe de se dedicar aos aposentos onde as princesas se recolhiam em suas noites frias. Observe seus pertences com bastante atenção, assim como se delicie com a sala de música que era o cômodo mais aconchegante onde a família se reunia todas as noites. Do lado de fora do palacete existe um anexo que abriga as carruagens e outros objetos interessantes de uso comum na época.
É praticamente inevitável imaginar grandes encontros em alegres saraus, reuniões importantes onde documentos relevantes em nossa história foram assinados, lindas damas em seus longos e ornados vestidos debruçadas nos imensos janelões, passeios nos jardins… Ai, ai… Um sonho acordada que só me traz de volta a realidade quando estou prestes a sair e retirar meus deliciosos chinelões de espuma que uso para passear pelo interior do palacete. Voltemos à realidade então.
Serviço
Museu Imperial
Rua da Imperatriz, 220, Centro – Petrópolis.
Tel.: (24) 2245-5550
Visitação: de terça a domingo, das 11h às 18h
Bilheteria: de terça a domingo, das 11h às 17h30
Jardins: de terça a domingo, das 8h às 18h
Atendimento nos setores técnicos: de segunda a sexta, das 13h30 às 17h30
Preços:
Entrada inteira: R$ 8,00
Meia-entrada: R$ 4,00 (estudantes, professores e maiores de 60 anos)
Pacote familiar: R$ 20,00 (vinte reais) = 2 adultos e 2 estudantes
Brasileiros maiores de 80 anos e menores de 7 anos: gratuito
Guias de turismo com registro na EMBRATUR: gratuito
Projeto “O Museu é nosso”: entrada gratuita para petropolitanos e moradores de Petrópolis, todas as quartas-feiras e último domingo do mês
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