Outro dia ouvi duas pessoas conversando e uma delas falou: “ a boa música brasileira tá se acabando.” Ouvindo esse comentário podemos até achar que é verdade mas não é bem por aí. Como diz o ditado, “o buraco é mais embaixo.” A música mundial foi transformada num mercado sujo onde só os que conseguem depositar uma grande quantidade de grana é que têm seu nome vinculado aos grandes eventos e tocam nas grandes rádios, isso sem falar em televisão. São raríssimas as exceções que conseguem sobreviver nesse sistema sem ter que comer o “prato sujo”. Há muitos anos essa prática é normal aqui no país e as pessoas passam a achar que a música boa é aquela que atinge os primeiros lugares nas rádios populares atuais. Observemos, então, as rádios atuais e podemos ter a certeza desse fato. A música veiculada resume-se à influência de uma “elite” de empresários da música nacional.
Independentemente dos ritmos expostos nas prateleiras sonoras, podemos notar um alto grau de duplo sentido. Não aquele duplo sentido cantado outrora por Genival Lacerda, mas, um duplo sentido onde, em poucos casos, só a parte instrumental é o que se salva. Palavras que denigrem a imagem, principalmente da mulher, são as mais usadas em determinadas letras.
Mas a boa música brasileira não morreu. Ela está solta, correndo o país e cada vez mais forte. A internet tem ajudado bastante aos chamados “músicos independentes” que hoje já são em grande número no mercado “alternativo”. O trabalho pela internet é bem mais cansativo até que se conquiste um público, mas, esse público quando chega, é fiel, defensor e multiplicador, seja pela internet, seja no boca a boca.
Depois de “descobertos” por grandes produtores são convidados a comer no “prato sujo”, porém, devido a suas raízes , mesmo recebendo (e em alguns casos recusando) propostas milionárias, conseguem continuar originais.
Tive vontade de dizer aos senhores que conversavam sobre música que a música não está ruim, e sim que existe música ruim mas isso é uma questão de gosto.
O problema é quando um único gosto monopoliza todas as vias de comunicação, influenciando diretamente nas decisões do povo.
O tão em moda “Sertanejo Universitário”, isso mesmo, nada mais é que um tipo de pop rock romântico, de letras desesperadas por um amor perdido ou impossível que alguns empresários não souberam definir e usaram esse nome. É um dos estilos criados para um entretenimento rápido e descartável. É parecido com o Forró, transformado em um falso Forró, de letras pornográficas, mulheres seminuas que perdem o seu valor diante de plateias consumidoras do vandalismo sexual. Início, meio e fim desses shows são todos iguais e sem mais novidades, seja na exposição feminina ou em letras e melodias.
A boa música brasileira está mais viva do que nunca, só precisa ser mostrada aos brasileiros.
Não importa o estilo, música boa é a que te respeita, portanto, respeite-se.
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