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Após sessenta e três anos da última retrospectiva do artista realizada no Museu Nacional de Belas Artes, será apresentada a exposição Eliseu Visconti – A modernidade antecipada.
Com cerca de 250 obras, entre pinturas, desenhos, cerâmicas e documentos do artista, muitos dos trabalhos expostos, nunca foram vistos pelo público, nem mesmo pelos especialistas em história da arte brasileiros. Essas peças pertencem a 15 instituições e a 80 colecionadores particulares. O maior acervo de obras do artista pertence ao MNBA.
Eliseu Visconti foi grande presença na transição do Brasil imperial para o Brasil moderno, antecipando a modernidade na arte brasileira, sem jamais romper com suas origens nem com os artistas que o antecederam.
A retrospectiva, que tem como objetivo redimensionar o legado do pintor e designer na história, está dividida por períodos e temas. Entre eles estão paisagens, cenas de família, retratos, nus, temas históricos, painéis decorativos e objetos de design, além de desenhos e aquarelas. A exposição conta ainda com memorabilia variada (cadernos de apontamentos, documentos, fotografias e estudos), cenografia do ateliê do artista (cavalete, pincéis e paleta) e cronologia ilustrada.
Dentre os destaques da exposição está a obra “Sonho místico”, que volta ao Brasil depois de mais de 100 anos fora do país. A tela foi pintada em 1897 e participou em 1910 da mostra do Museu Nacional de Belas Artes de Santiago, sendo adquirida pela instituição chilena. Outra raridade é “A convalescente” (1896), recém-localizada pela curadoria em uma coleção privada, estava há décadas sem ser exposta, assim como “Deveres” (1910). A mostra tem curadoria dos historiadores de arte Rafael Cardoso e Mirian Seraphim, e de Tobias Stourdzé Visconti, neto do artista e responsável pelo Projeto Eliseu Visconti, criado em 2005.
Eliseu d’Angelo Visconti nasceu em Salerno, Itália, em 1866, vindo menino para o Brasil. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e na Academia Imperial de Belas Artes, onde foi discípulo de Victor Meirelles, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernardelli.
Sua primeira exposição, realizada em 1901 na Escola Nacional de Belas Artes, reuniu além das telas a óleo, trabalhos de arte decorativa e de arte aplicada às indústrias, resultado de seu aprendizado com Grasset. Sua produção nesse campo situa-o como introdutor do art nouveau nas artes gráficas no Brasil. Desenhou selos, ex-libris, cerâmicas, tecidos, papéis de parede, cartazes e luminárias.
Com a boa repercussão entre os críticos da época, a primeira exposição de Visconti, lhe valeu o convite feito pelo Prefeito Pereira Passos para executar os trabalhos de decoração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, realizados em Paris.
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Serviço:
Exposição: Eliseu Visconti – A modernidade antecipada
Local: Museu Nacional de Belas Artes – Av. Rio Branco, 199 – Centro (Cinelândia)
Tel. 2219-8474
Até 17 de junho
Ter-Sex, 10h às 18h
Sáb-Dom e feriados, 12h às/17h
Classificação etária: Livre
Ingressos: R$ 8 e meia R$4. Grátis aos domingos. Venda de ingressos e entrada de visitantes até 30 minutos antes do Museu fechar.
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