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Hoje também tem festa em Olinda por seus 477 anos de história

Hoje, dia 12 de março, Olinda também está em festa, afinal, a cidade patrimônio da humanidade está comemorando 477 anos.

Vista da caixa D'agua

Vizinha aconchegante de Recife, Olinda é cheia de encantos próprios e é outra daquelas cidades onde nos sentimos em profunda paz e, contraditoriamente, em profunda efervescência. Isso é possível em poucas cidades onde sua população e sua rica história mexem com nossa emoção. Conheço e sou apaixonada declarada pela deliciosa Olinda, se você vai viajar para Pernambuco, não deixe de visitar Olinda, que é mesmo lindíssima.

Pensando na comemoração de seus 477 anos a Prefeitura preparou uma programação especial para marcar a data.

Agenda:

O Coral Encanto de Olinda, formado por crianças dos projetos assistidos pela Secretaria Social de Desenvolvimento Econômico abre a programação cultural às 18h com uma apresentação que, além de 120 crianças, contará também com a regência do Maestro Spock e participação da Spock Frevo Orquestra. O repertório será formado por canções de carnaval e um dos momentos mais emocionantes será o dueto do Maestro Spock com a filha de Getúlio Cavalcanti, Alessandra Cavalcanti, que cantarão juntos a música Noite dos Mascarados.

Na sequência, é a vez do coral São Pedro Mártir, que é o mais antigo em atividade da América Latina, fundado em 1937. No início, o grupo era formado apenas por vozes masculinas e as apresentações eram feitas apenas nas igrejas. Atualmente, o coral é misto e também canta peças da cultura popular e do folclore regional e nacional. A regência é do maestro Paulo Andrade e o repertório será de músicas em homenagem a Olinda, além de um mix especial com maracatus de baque solto e frevos tradicionais.

Às 19h, será a hora do tradicional parabéns pra você e o corte do bolo recheado gigante. Para terminar a noite com chave de ouro, a cantora de samba Alexa sobe ao palco às 21h e a banda Mundo Livre S/A faz show às 22h30, em uma ação realizada com o apoio do Governo do Estado de Pernambuco.

Prefeitura de Olinda Embarque na Viagem

Todas as apresentações serão no palco montado em frente à Prefeitura de Olinda.

Um pouco da história de Olinda

Em 1534, a Coroa portuguesa instituiu o regime de Capitanias Hereditárias. A Capitania de Pernambuco foi entregue ao fidalgo português Duarte Coelho, que tomou posse de sua capitania desembarcando, em 9 de março de 1535, na feitoria fundada em 1516, entre Pernambuco e Itamaracá. Pouco tempo depois, ele seguiu para o sul em busca de um lugar para se instalar. Encontrou um local estrategicamente ideal, no alto de colinas, onde existia uma pequena aldeia chamada Marim, pelos índios, instalando aí o povoado que deu origem a Olinda.

Um sítio protegido pela altura descortinando o mar, com um porto natural formado pelos arrecifes, água em abundância e terras férteis, e fácil de defender, segundo os padrões militares da época. O local era tão aprazível, que, conta-se, o nome Olinda foi dado a partir de uma frase dita por Duarte Coelho: “Ó linda situação para se construir uma vila”. Não se sabe o dia da fundação de Olinda; sabe-se que o povoado prosperou tanto, que em 1537, já estava elevado à categoria de vila. Em 12 de março de 1537, Duarte Coelho enviou ao rei de Portugal, D.João III, o Foral, carta de doação que descrevia todos os lugares e benfeitorias existentes na Vila de Olinda. Nas praias, a vila foi fortificada para a defesa e do alto das colinas se expandiu em direção ao mar, ao porto e ao interior onde ficavam os engenhos de açúcar.

Com o extrativismo do pau-brasil e o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, Olinda tornou-se um dos mais importantes centros comerciais da colônia, enriquecendo a tal ponto que disputava com a Corte portuguesa em luxo e ostentação. O traçado urbano da vila configurou-se, ainda no século XVI, com a definição dos caminhos e com a ocupação dos principais promontórios pelos religiosos. Com a chegada das primeiras ordens religiosas – carmelitas, em 1580, jesuítas, em 1583, franciscanos, em 1585, e beneditinos, em 1586, foi feita também a catequização dos índios, de fundamental importância para a conquista definitiva das terras.

Em 16 de fevereiro de 1630, a Holanda invadiu Olinda e conquistou Pernambuco. Tomada a cidade, os holandeses se estabeleceram no povoado e ilhas junto ao porto e abandonaram Olinda. Em 24 de novembro de 1631, os holandeses incendeiam Olinda, após retirar os materiais nobres das edificações para construir suas casas no Recife, que começa a prosperar sob a administração holandesa. Em 27 de janeiro de 1654, os holandeses foram expulsos e iniciou-se a lenta reconstrução da Vila de Olinda.

Depois de 1654, não se pode mais mudar o destino do Recife, que passa a ocupar aquele lugar antes Olinda. Será o Recife a sede, embora não oficial, e Olinda, secundarizada, se reconstruirá lentamente, não tendo mais a importância que teve naqueles anos anteriores a 1630. Olinda tem seu futuro traçado diante do crescimento da importância do Recife. O centro histórico (atual), nesses meados do século XIX, ainda se encontrava envolvido por propriedades rurais, as maiores, os engenhos, na maioria de fogo morto, os da várzea do Beberibe, e as menores, os sítios, nas margens do Rio Beberibe e do mar.

Sendo Olinda lugar de moradias e onde estava instalada, desde 1827, a Academia de Direito, ela adquire certa importância com relação ao lugar de trabalho, o Recife. Mas é o interesse pelos salutares banhos de mar, recomendados pelos médicos, que lhe dá nova vida. Nova vida que é bem representada pelo interesse de uma ligação mais rápida, através de um trem urbano, com o Recife, esta se fez desde a Encruzilhada, por antigo caminho que existia desde o século XVI.

De princípio, os veranistas usavam casas de terceiros, alugadas para as temporadas de verão. Depois, são adquiridos imóveis e se torna hábito então morar na cidade, mesmo fora da temporada de veraneio. É o renascimento da cidade. Sente-se essa transformação naquelas casas próximas ao mar, onde elas se revestem com roupas ecléticas e, com as reformas das fachadas, são modernizadas. O que se restringia às áreas próximas às praias vai depois caminhar para as outras ruas da cidade. Uma transformação urbana que dá novo alento ao velho burgo. A água potável, levada às casas pela Companhia Santa Teresa, e a eletrificação, denotam a importância que readquire a cidade. Logo, o trem urbano é substituído pelos bondes elétricos, no início do século XX.

Igreja Nossa Senhora do Carmo - Olinda Embarque na Viagem

Alguns lugares imperdíveis em Olinda:

Alto da Sé

A vista privilegiada do Alto da Sé é perfeita para contemplar o pôr do sol. O local oferece o melhor da culinária olidense com a presença das famosas tapioqueiras da Sé. A Catedral da Sé, igreja mais importante de Olinda, tem altares folheados a ouro, azulejos portugueses e abriga o túmulo de D. Hélder Câmara, ex-arcebispo da cidade.

Basílica e Mosteiro de São Bento

Construído em 1599, foi o segundo mosteiro beneditino em terras brasileiras. Incendiado pelos holandeses em 1631, teve sua restauração iniciada em 1654. Em 1827 foi criado no Mosteiro a primeira Escola de Direito do Brasil. A Igreja tem apenas uma torre sineira, com o mais sonoro carrilhão de Olinda. Estilo Barroco.

Mosteiro de São Bento Embarque na Viagem

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Em 1702 a igreja já estava construída pois neste ano ali instalava-se um hospício para moradia dos catequizadores. Recentemente em 1998, passando por restauração, foram descobertas pinturas que imitam pedras preciosas (arco-cruzeiro) e o marmorizado dos altares de madeira das Igrejas mais ricas da cidade.

Igreja de São Pedro

Foi inaugurada no final do século XVIII como Igreja de São Pedro Novo. A devoção já existia em 1711, na Igreja de São Pedro Velho, o Mártir, no alto da Ribeira, que foi desturída . Reformas modificaram suas características originais.

Igreja do Carmo

É a mais antiga igreja da Ordem Carmelita em terras do Brasil. Foi fundada em 1588, e restaurada em 1720. O Convento da Ordem Carmelita foi demolido no começo do século XX. No primeiro andar da Igreja está instalada a Regional de Olinda do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Museu de Arte Contemporânea de Olinda Pernambuco

Localizado no sítio histórico de Olinda, o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC-PE), foi inaugurado no dia 23 de dezembro de 1966, com a doação de parte da Coleção do Embaixador Assis Chateaubriand ao Estado. Hoje o museu conta com um acervo de mais de 4 mil obras das mais variadas técnicas, épocas e estilos, indo desde o academicismo francês até a contemporaneidade.

Convento de São Francisco

O conjunto é formado pela Igreja de Nossa Senhora das Neves, a Capela de São Roque, o claustro de azulejos e a sua magnífica sacristia. É o convento franciscano mais antigo do Brasil, começou a ser construído em 1585. Destruído parcialmente pelos holandeses, foi reconstruído a partir de 1650.

Igreja Olinda Embarque na Viagem

Palácio dos governadores

Construção do Século XVII. Antigo Paço dos Governadores Gerais do Brasil, onde, em 1824, nela se instalou a Assembléia Constituinte Legislativa da Confederação do Equador. Atualmente é a sede da Prefeitura Municipal de Olinda.

Biblioteca Pública

A casa é exemplar da arquitetura rural do século XVII. A primeira biblioteca é de 1830, instalada no Convento Franciscano. A chamada casa 100 do Carmo foi inaugurada como Biblioteca Pública em 1996.

Praça do Carmo

A partir de 1580, a Ordem dos Carmelitas se instalou em Olinda. A construção de sua casa foi concluída oito anos depois. No entorno do templo se encontra a Praça da Preguiça, que recebeu essa denominação após proclamação da Lei Áurea. Além da sua importância histórica e localização, ela conta com um espaço valorizado pela vegetação expressiva e um belo coreto em ferro fundido, importado da Escócia em 1920.

Farol de Olinda

O farol original foi montado sobre o Fortim Montenegro, visível a 12 milhas, aceso pela primeira vez em 1872. Era constituído de uma torre octogonal de ferro fundido, construída na Inglaterra em 1871, que foi destruída pelas constantes ressacas do mar. O atual farol foi construído no alto denominado Morro do Serapião, localizado no bairro do Amaro Branco, sendo inaugurado em 7 de setembro de 1941.

Farol de Olinda Foto Hugo Acioly Embarque na Viagem

Observatório

Construído no final do século XIX, em comemoração a descoberta do primeiro cometa da América Latina, o “Cometa de Olinda”, cometa duplo observado em 1860 pelo astrônomo francês Emmanuel Liails. Igreja de São Pedro Apóstolo (Sede da Paróquia de São Pedro de Mártir).

Ruínas do Senado da Câmara de Olinda

Construção anterior a 1693, as Ruínas do Senado foi o local do imponente Prédio do Senado da Câmara de Olinda. Em 1710, Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em favor da República no Brasil. As ruínas resumem-se a um pedaço de parede externa da fachada do antigo Prédio do Senado, mostrando a incomum espessura da parede onde está afixada uma placa relatando o fato ocorrido.

Nascedouro de Peixinhos

Conjunto arquitetônico de 1874, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1980, foi construído (para servir de matadouro do Recife) com material importado de Paris, inclusive a estrutura de ferro da cobertura. Desativado em 1976, ficou abandonado. Em 1984, metade da estrutura metálica da cobertura foi serrada e vendida como ferro velho, até que um arquiteto denunciou através da imprensa que a prefeitura estava demolindo um prédio histórico. Em 17 de março de 2006, foi inaugurado, com a presença de autoridades e do público em geral, o Centro Cultural Desportivo Nascedouro de Peixinhos.

Fonte de pesquisa histórica:

MENEZES, José Luiz Mota, in Evolução Urbana e Territorial de Olinda: do Descobrimento aos Tempos Atuais – A Vila de Olinda – 1537-1630

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