Brasil e Argentina assinaram nesta semana um memorando para potencializar a cooperação e a sinergia cultural entre os dois governos, que trabalham em diversas iniciativas como a criação de uma biblioteca virtual e a organização conjunta de uma bienal sobre indústrias culturais.
Durante uma entrevista coletiva em Buenos Aires, a ministra de Cultura do Brasil, Ana Buarque de Hollanda, e seu homólogo argentino, Jorge Coscia, assinaram o acordo depois de dois dias de reuniões.
Este documento destaca questões de cidadania e diversidade cultural, especialmente no programa do governo brasileiro Cultura Viva, que concede subsídios e experiências culturais populares. O governo argentino começa a imitá-lo em pequena escala e visa reforçar e enriquecer atividades conjuntas através de um encontro entre as nações.
O secretário argentino disse que não vê problemas em admitir que seu ministério esteja imitando o exemplo de algumas “bem-sucedidas iniciativas” do Brasil em matéria de cultura, pois compartilhar experiências é um dos principais objetivos do programa.
Em declaração conjunta, os ministros também mostraram sua vontade de ampliar a colaboração nas áreas de identidade e patrimônio cultural, intercâmbio artístico, economia criativa, literatura, audiovisuais e museus. Ana de Hollanda disse que buscam criar “incentivos fiscais para facilitar o trabalho da produção cultural”.
Os ministérios pretendem trabalhar na criação de programas conjuntos de tradução de livros e criar uma biblioteca virtual com obras clássicas dos dois países, que estrearia com a coleção do historiador argentino Pedro de Angelis, conservada no Brasil. A ideia é que este espaço possa se transformar em uma grande biblioteca digital latino-americana algum dia.
Outro projeto em que estão trabalhando, segundo Coscia, é a transformação do Mercado de Indústrias Culturais Argentinas em uma bienal organizada cada ano em um dos países.
Além disso, os ministros concordaram em dizer que essa cooperação cultural é fundamental para a crescente união entre Argentina e Brasil, pois dá “sinergia à integração latino-americana”.
Fonte: EFE