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A mítica Cia Francesa Théâtre du Soleil desembarca pela primeira vez no Rio de Janeiro

O mítico Teatro du Soleil, de Ariane Mnouchkine, desembarca pela primeira vez no Rio de Janeiro para a temporada carioca de seu mais recente espetáculo, Os Náufragos da Louca Esperança (Les Naufragés du Fol Espoir), que ocupa a HSBC Arena de 8 a 19 de novembro. Para receber o espetáculo, o espaço interno da HSBC Arena foi reconfigurado. Seguindo os padrões adotados pela companhia em todas as turnês, ergueu-se, nos limites da quadra principal de esportes, uma estrutura de 10m de altura que reproduz o espaço cênico e o bar da Cartoucherie de Vincennes – a antiga fábrica de munição do exército francês nos arredores de Paris, que abriga a sede e o teatro da companhia.

A turnê sul-americana de Os Náufragos da Louca Esperança teve início em São Paulo (SESC Belenzinho, 5 a 23 de outubro), e, depois de passar pelo Rio, segue para Porto Alegre (5 a 11 de dezembro, em apresentações fora da vigência, mas sob a chancela, do Porto Alegre em Cena); e Santiago do Chile (3 a 22 de Janeiro).

O teatro da utopia

O Théâtre du Soleil é a única companhia de teatro em atividade há mais de 47 anos na França. Encarar a utopia de frente e restituí-la ao espectador das mais variadas maneiras através de sua arte tem sido uma das marcas registradas da trupe liderada por Ariane Mnouchkine desde a sua fundação em maio de 1964. Os Náufragos da Louca Esperança não foge à regra, e encontrou no romance póstumo de Júlio Verne (1825-1905)  Os Náufragos do Jonathan –  que relata a edificação no Cabo Horn, ao extremo Sul do Chile, de uma  pequena sociedade, pelos  sobreviventes de um naufrágio –  um ponto de partida para reinventar na cena os ideais iluministas rousseaunianos que impulsionaram a Revolução Francesa.

As improvisações levaram Ariane e sua trupe a criar o que se chama de uma mise en abîme. Ou seja, uma história dentro da história, dentro da história. Assim, o público é convocado a alternar sua atenção entre três planos narrativos:?as recordações de um dos atores do filme, através da voz off de sua neta, pontuando tanto as circunstâncias que envolvem o que se passa no set quanto o pano de fundo político da Europa pré-guerra; a vida que pulsa no estúdio improvisado no cabaré à beira do Marne; e as legendas da fita, que está sendo rodada da forma como seria apresentada nas salas de exibição – com os atores mexendo os lábios sem emitir um som sequer, exatamente como nos idos do cinematógrafo da belle époque.

Com 30 atores desdobrando-se em diversos papéis, trilha sonora original executada ao vivo pelo músico e compositor Jean-Jacques Lemêtre (um dos mais antigos integrantes da companhia), legendas e narração em português, e quatro horas de duração, o espetáculo, que estreou na França em fevereiro de 2010, poderá ser apreciado pelo público do Rio com uma vivência que já se tornou tradição. Por um custo adicional, o espectador pode saborear o menu degustação especialmente criado para o evento pela Cabral Caminha Culinária Brasileira enquanto observa os camarins e testemunha a preparação dos atores para entrar em cena. Os portões da HSBC Arena serão abertos duas horas antes de cada apresentação. Nos primeiros 30 minutos, o público será acomodado em um lounge, com opção de consumir vinho, refrigerantes, água, quiches e pastéis variados. Em seguida, terá acesso ao espaço de convivência entre o bar e os camarins, onde será servido o menu degustação.

A Indicação etária  é de 12 anos e o espetáculo tem duração de 4 horas com intervalo de 15 minutos.

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