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Agência espanhola de turismo Marsans pede concordata

MADRI e RIO – O Tribunal de Comércio de Madri determinou no dia 25 de Junho a concordata da Viajes Marsans, mas concedeu à Posibilitumm, que comprou a operadora de turismo em 10 de junho, o direito de manter a gestão da empresa. Foram nomeados três supervisores que acompanharão o processo de concordata: um ex-juiz, um economista e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), que representará os credores. Estima-se que sua dívida chegue a 600 milhões de euros.

Em nota, a Marsans Viagens, uma das cinco maiores operadoras de turismo do Brasil, esclareceu que a espanhola Viajes Marsans não tem participação em seu capital. A companhia afirma que a Marsans Brasil tem gestão financeira e administração autônomas e é totalmente independente, com estratégia e operação próprias. A Marsans está no Brasil desde 1973.

Em sua decisão, a juíza Ana María Gallego explicou que 21 empresas que prestam serviços à Marsans, uma das maiores operadoras da Espanha, haviam pedido sua falência, por não receberem pagamentos. Entre essas empresas estão Avis, Europcar, Mapatour e Ricoh. A própria Marsans pedira proteção contra credores.

Entre os credores da Viajes Marsans estão milhares de turistas que perderam suas viagens de férias em pleno verão europeu. Eles terão um mês para pedir o reembolso do que já foi pago.

A Posibilitumm apresentará nesta quarta-feira um plano de concordata à Justiça. Segundo a agência Servimedia, a empresa quer demitir 1.300 empregados, ou 62% do total, da Marsans.

Gerado Díaz Ferrán – que preside a entidade patronal CEOE – vendeu a Marsans à Posibilitumm poucas horas depois de entregar à Justiça o pedido de proteção contra credores. Em abril, a Iata cancelara a permissão da Marsans para vender passagens aéreas em suas 550 agências. Segundo a agência de notícias AFP, a empresa teria de pagar 20 milhões de euros para retomar a concessão.

Díaz Ferrán já esteve envolvido em vários negócios problemáticos. Ele era proprietário das companhias aéreas Air Comet, que quebrou em dezembro, e Aerolíneas Argentinas, que, com uma dívida de US$ 890 milhões, foi expropriada pelo governo argentino em 2008. Após a quebra da Air Comet, vários empresários pediram que Díaz Ferrán deixasse a presidência da CEOE.

A Marsans foi fundada na Espanha em 1910 por empresários do setor bancário. Anos depois, ela foi estatizada pelo governo espanhol com o objetivo de fomentar o turismo. Com isso, foram abertas Marsans em todo o mundo. Porém, em 1974, a Marsans foi privatizada, e suas operações fora da Espanha, vendidas. Em alguns países, como Brasil e México, o nome Marsans foi mantido.


Fonte: DT

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