Do céu dourado de Chiang Mai, na Tailândia, às ruas vibrantes da Índia, descubra o Yi Peng e o Holi. Festivais que unem espiritualidade, renovação e alegria coletiva. Inspire-se para sua próxima viagem!

Em um mundo onde a cultura se expressa através de ritos ancestrais, dois festivais se destacam como verdadeiros espetáculos sensoriais: Yi Peng e Holi, respectivamente na Tailândia e na Índia. Mais do que celebrações, são experiências que envolvem os sentidos, conectando passado e presente em uma dança de luzes e cores. Enquanto o primeiro ilumina o céu noturno de Chiang Mai com milhares de lanternas douradas, o segundo transforma ruas indianas em um arco-íris humano. Para viajantes que buscam mergulhar em tradições profundas e vibrantes, esses eventos são uma janela para histórias milenares, espiritualidade e uma alegria contagiante que transcende fronteiras.
Yi Peng: o céu de Chiang Mai e a renovação da alma
No norte da Tailândia, a cidade de Chiang Mai se torna palco de um dos fenômenos mais mágicos do Sudeste Asiático durante o Festival Yi Peng. Realizado no final da estação das chuvas (geralmente em novembro), o evento tem raízes no budismo Theravada. As lanternas de papel de arroz, chamadas khom loi, são soltas ao céu carregando desejos e preces. A tradição simboliza o desapego: ao liberar a lanterna, os participantes deixam para trás mágoas e convidam à renovação espiritual.
A prática, que começou como uma homenagem a Buda, também é um agradecimento aos espíritos da natureza, associado à prosperidade das colheitas. O formato redondo das lanternas representa o ciclo da vida, e quando milhares delas ascendem juntas, o céu se transforma em um rio dourado. É um momento quase místico, amplificado pelo trabalho manual das famílias locais, que preservam a arte de confeccionar lanternas há séculos. Para os visitantes, participar desse ritual é uma oportunidade rara de se conectar com a cultura tailandesa em sua essência mais pura.

Holi: a revolução de cores que unifica a Índia (e o mundo)
Do outro lado do continente, a Índia celebra a chegada da primavera com o Holi, o Festival das Cores. Em cidades como Vrindavan e Mathura, berços das lendas do deus Krishna, as ruas explodem em pigmentos vibrantes. A festa tem origem na lenda de Prahlad, que sobreviveu a uma fogueira graças à sua devoção a Vishnu, enquanto Holika, símbolo do mal, era consumida pelas chamas. Na véspera do Holi, fogueiras são acesas para lembrar essa vitória. No dia seguinte, não há hierarquias: ricos, pobres, jovens e idosos se tornam iguais sob uma chuva de pós coloridos.
O grito de “Holi Hai!” ecoa enquanto grupos dançam ao som de músicas tradicionais. Em regiões como Vrindavan, a festividade dura semanas, com coreografias que recriam as travessuras de Krishna. Hoje, muitos optam por pigmentos naturais à base de açafrão, flores de tesu e ervas, garantindo diversão sem danificar a pele ou o meio ambiente. O Holi já ultrapassou fronteiras: no Nepal, Paquistão e até em países ocidentais, tornou-se um símbolo de diversidade e paz.
Enquanto o Yi Peng convida a olhar para o alto e libertar o que pesa na alma, o Holi celebra a vida com os pés no presente. Ambos revelam como tradições ancestrais se reinventam sem perder seu cerne. Na Tailândia, as lanternas lembram que a renovação começa com o desapego; na Índia, as cores mostram que a união está na alegria compartilhada.
Para viajantes, esses festivais são mais que destinos: são convites para vivenciar culturas que emocionam e transformam. Então, que tal planejar uma viagem em novembro para Chiang Mai ou marcar março no calendário para o Holi? Seja qual for a escolha, como dizem na Índia: “Deixe as cores da vida guiarem seu caminho!”
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