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El Dorado na Colômbia: entre o mito e a herança viva

A lenda de El Dorado nasceu com os Muiscas, um povo indígena que habitava o altiplano colombiano

El Dorado

Hoje, nós vamos desvendar um dos maiores enigmas das Américas: a lenda de El Dorado. Mas não se engane: na Colômbia, essa história vai muito além do ouro perdido. É sobre ritos ancestrais, uma cultura vibrante e uma busca que transformou um continente. Então se prepara  para uma jornada até a Laguna de Guatavita, onde o mito se encontra com a realidade… e onde a comunidade local ainda guarda segredos milenares.

Antes de tudo, vamos corrigir um erro histórico: El Dorado não era uma cidade, mas sim… um homem banhado a ouro! A lenda nasceu com os Muiscas, um povo indígena que habitava o altiplano colombiano. A cada cerimônia de coroação, o novo líder, o Zipa, cobria o corpo com pó de ouro e mergulhava nas águas sagradas da Laguna de Guatavita. Enquanto isso, o povo jogava oferendas de ouro e esmeraldas para honrar os deuses. Imagina só: um homem brilhante, refletindo o sol, em um ritual que unia céu, terra e água! 

Mas quando os conquistadores espanhóis chegaram no século XVI, ouviram a história e… bem, digamos que a ganância distorceu tudo. Em vez de um ritual, imaginaram uma cidade feita de ouro escondida na selva. E assim começou uma caça frenética que durou séculos, envolvendo até expedições alemãs e britânicas. Spoiler: ninguém encontrou a cidade… porque ela nunca existiu!

Mas a história não termina aí! Para os colombianos, especialmente as comunidades indígenas, El Dorado é um símbolo de resistência. Os Muiscas, hoje representados por grupos como o Cabildo de Suba, em Bogotá, mantêm viva sua língua, artesanato e tradições. Eles nos lembram que o verdadeiro ‘ouro’ não está no metal, mas na conexão com a terra e nos saberes ancestrais.  

Ah, e se você visitar o Museu do Ouro, em Bogotá, verá peças deslumbrantes: máscaras, joias e a famosa Balsa Muisca, uma miniatura de ouro que retrata justamente o ritual do Zipa. É como viajar no tempo… mas, sem precisar cavar buracos na selva! 

Agora, imagine: uma lagoa circular, cercada por montanhas verde-esmeralda, e aquela névoa misteriosa pairando sobre a água. Bem-vindo à Laguna de Guatavita, a 50 km de Bogotá! Este lugar sagrado é o coração da lenda. Os Muiscas acreditavam que aqui morava a deusa das águas, Chie, e até hoje o local exige respeito: visitas são feitas com guias locais, muitos deles descendentes dos Muiscas, que compartilham histórias que você não vai encontrar nos livros.  

Podcast rádio JBFM: El Dorado na Colômbia, entre o mito e a herança viva

Ah, e uma curiosidade: no século XIX, tentaram drenar a lagoa para buscar ouro. Sabe o que acharam? Algumas peças, sim, mas nada comparado ao esforço. A natureza, mais sábia, protegeu seus segredos.

Se quiser seguir os passos de El Dorado, a Colômbia tem opções incríveis:  A vila colonial de Guatavita, reconstruída com arquitetura branca impecável, é tão charmosa quanto a lagoa.  Já a Catedral de Sal de Zipaquirá, uma igreja subterrânea em uma mina de sal, trás uma homenagem à espiritualidade indígena. Visita obrigatória!! E que tal aproveitar os Festivais Locais? Em setembro, o Festival del Dorado, em Guatavita, celebrando a cultura Muisca com danças, música e muita comida típica.  

Mas atenção: para a comunidade local, turismo não é só selfie. É sobre valorizar sua história. Por isso, sempre escolha guias credenciados, compre artesanatos diretamente dos artesãos e, claro, deixe apenas pegadas leves.  

Então, será que El Dorado existe? Para os conquistadores, foi uma ilusão. Para os Muiscas, é um legado. E para nós, viajantes modernos, talvez seja uma metáfora: a riqueza está nas histórias que preservamos e no respeito às culturas que encontramos pelo caminho.  

Na próxima vez que vir um brilho no sol colombiano, lembre-se: o verdadeiro ouro está nas pessoas, nas paisagens e nas tradições que resistiram ao tempo.  

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