Você já se perguntou quantos anos uma árvore pode viver? A dendrocronologia é o método científico mais aceito para determinar a idade das árvores. Ele se baseia na contagem dos anéis de crescimento presentes no tronco, que são formados ao longo dos anos. À medida que a árvore cresce, seu diâmetro aumenta, e os anéis se tornam visíveis. Nas estações quentes, os anéis são mais claros, enquanto nas estações frias, eles são mais escuros. Esses padrões permitem estimar a idade da árvore.
No entanto, a dendrocronologia também tem suas limitações. A forma mais precisa de contar os anéis seria através de um corte próximo à base da árvore, mas isso resultaria na morte da espécie em questão. Uma alternativa comum é obter uma amostra viva da árvore usando uma broca especial.
Mesmo assim, esse método pode ser menos preciso em países tropicais, onde a variação de cor entre os anéis é muito sutil devido aos invernos menos rigorosos. Além disso, muitas árvores mais antigas possuem um núcleo apodrecido, o que dificulta a contagem precisa dos anéis.
Apesar dessas limitações, cientistas e pesquisadores conseguiram identificar algumas das árvores mais antigas do mundo, vivas, claro. E surpreendentemente, uma delas está localizada no Brasil! Confira abaixo:
1. Gran Abuelo, Chile
Localizado no Parque Nacional Alerce Costero, no sul do Chile, um cipreste-da-patagônia (Fitzroya cupressoides) é considerado a árvore mais antiga do mundo. Sua descoberta é relativamente recente. Em 2020, o climatologista Jonathan Barichivich, do Laboratório de Ciências do Clima e Meio Ambiente de Paris, obteve uma amostra interna da árvore que indicou uma idade estimada de 2400 anos. Utilizando um modelo preditivo, o pesquisador chegou a uma estimativa de 5484 anos para a idade total da árvore. No entanto, essa descoberta não é amplamente aceita pela comunidade científica, uma vez que não segue o método tradicional de contagem dos anéis. Ainda assim, o modelo preditivo tem sido uma solução para estimar a idade de espécies cujo núcleo está deteriorado.
2. Matusalém, Estados Unidos
Embora a localização exata deste antigo pinheiro (Pinus longaeva) seja mantida em segredo para proteção, sabemos que a árvore está na Grande Bacia do Nevada, na Califórnia. Por muito tempo, essa foi considerada a árvore viva mais antiga do mundo, com uma idade estimada de 4853 anos. Sua longevidade é atribuída à sua capacidade de prosperar em um ambiente hostil, com temperaturas congelantes e solos áridos. Seus galhos retorcidos reduzem o risco de quebra, e suas raízes nutrem a árvore de forma segmentada, de modo que a morte de uma raiz não afeta a sobrevivência da espécie como um todo.
3. Sarv-e Abarqu, Irã
Embora Gran Abuelo e Matusalém disputem o título de árvore mais antiga do mundo, existem outras espécies lendárias que também merecem menção, embora não haja comprovação científica de suas idades. Um exemplo é o Sarv-e Abarqu, um cipreste na província de Yazd, no Irã. Estima-se que essa árvore tenha pelo menos 4000 anos, tornando-se o organismo vivo mais antigo da Ásia.
4. Llangernyw Yew, Reino Unido
O teixo (Taxus baccata) é uma árvore europeia rara e ameaçada de extinção. Em um pequeno cemitério na vila de Llangernyn, no País de Gales, cresce um exemplar com idade estimada de 4000 anos. Dizem que esse teixo foi plantado durante a Idade do Bronze e continua a crescer. Em 2022, durante a celebração do jubileu de ouro da Rainha Elizabeth II, a árvore foi reconhecida como uma das 50 grandes árvores britânicas pelo Conselho de Árvores.
5. Patriarca da Floresta, Brasil
Pode ser surpreendente, mas a árvore mais antiga do Brasil está localizada próxima a um grande centro urbano. Chamado de Patriarca da Floresta, um jequitibá-rosa (Cariniana legalis) com 42 metros de altura, 4 metros de diâmetro e 11,3 metros de circunferência está localizado em Santa Rita do Passa Quatro, a cerca de 245 km de São Paulo. Estimava-se que essa espécie tivesse mais de 3000 anos, mas pesquisas mais recentes indicam que sua idade varia entre 600 e 900 anos.
As árvores mais antigas do mundo são verdadeiros tesouros vivos, testemunhas de épocas distantes. Elas nos lembram da importância de preservar e proteger nossas florestas, garantindo que essas maravilhas da natureza continuem a nos encantar por muitos e muitos anos.
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