Pandemia afeta o sistema de aviação e altera os hábitos de locomoção dos brasileiros no “novo normal”
A pandemia transformou 2020 e um ano atípico para todo mundo, principalmente para as pessoas que mantinham o costume de viajar muito. Com o cancelamento de voos, fechamento de fronteiras e orientações gerais de saúde que pediam para evitar os deslocamentos longos, as viagens voltam a ser uma tendência com o “novo normal” – período de transição entre a quarentena mais rígida e a vida de outrora.
Acontece que, mesmo que estejam voltando ao ideal do brasileiro, elas não são como costumavam ser. Com a regulamentação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Aviação Civil (Anac) e a Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) do Ministério da Infraestrutura, protocolos sanitários precisaram ser aprovados com os governos estaduais para a retomada das atividades.
Entre as mudanças no sistema aéreo está a medição de temperatura de todos os passageiros antes do voo e encaminhamento a uma enfermaria no aeroporto, caso a pessoa ultrapasse os 37ºC corporais. Há, ainda, redução do total de pessoas dentro das aeronaves, registros de entrada e saída do embarque feitos com o auxílio de Inteligência Artificial para reduzir o número de pessoas presentes no espaço e instalação de lanternas com luz ultravioleta, capazes de eliminar cerca de 99% dos vírus presentes nas superfícies.
Outros métodos – desta vez, recomendados pelas organizações de saúde e feitos pelos cidadãos mais receosos – neste novo normal mudam a dinâmica das viagens, antes majoritariamente realizadas entre distâncias maiores e, normalmente, em aviões. Deste modo, o deslocamento com carros e motos para locais mais próximos, muitas vezes no mesmo estado, tem sido uma das grandes mudanças de rota dos brasileiros.
Neste cenário, o carro tornou-se preferência para quem pretende viajar entre família, e a orientação geral é de que todos no veículo morem na mesma casa e visitem locais menos populosos e cheios. Já para quem vai viajar sobre duas rodas é preciso levar os itens básicos de segurança, como capacete, jaqueta, calçado fechado e kit de primeiros socorros, além de utensílios que asseguram mais conforto em casos específicos, como uma capa de chuva. Motos, em geral, demandam mais atenção na direção também.
Além da normalidade
Para quem não abre mão de entrar em um avião e sentir o frio na barriga no momento da decolagem, os voos cênicos entram em destaque. Essa prática foi iniciada na Ásia e na Austrália em uma tentativa das companhias aéreas de diminuir a queda no faturamento. A dinâmica consiste, basicamente, em voar por algumas horas, passar por alguns pontos turísticos da cidade e, em seguida, voltar ao aeroporto de embarque. Tudo sem sair do distrito de origem, como dar uma volta de carro para espairecer.
A experiência, apesar de ser divertida para o público no geral, gerou críticas de ambientalistas pela queima desnecessária de combustível e a emissão de poluentes, como o dióxido de carbono. Em resposta, as companhias aéreas envolvidas afirmaram que as aeronaves utilizadas nestas demonstrações são menos poluentes do que as demais.
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