Pense naquela Espanha que povoa seus sonhos, com muito Flamenco, tapas, cores e flores. Pensou? Pois bem, é aqui na Sevilha que você vai encontrar esta Espanha.
Sendo a capital da Andaluzia e a terceira maior cidade da Espanha, Sevilha tem um charme encantador. Com ruas repletas de laranjeiras (mas não coma!! São super azedas!), grandiosa arquitetura e uma vida pulsante, Sevilha precisa estar no roteiro de qualquer turista que pretende visitar a Espanha.
Sevilha é assim, extremamente solar. É a terra do barbeiro Fígaro, do conquistador Don Juan, da cigana Carmen (de Bizet). Mas saiba que Sevilha também já foi Dorne, em Game of Thrones.
Sevilha já passou “nas mãos” de romanos, mouros e dos ciganos que vieram da Índia. Toda essa misturinha foi responsável por moldar a cultura andaluz.
Quantos dias em Sevilha
Sendo bem econômica nas atrações, você vai precisar de, no mínimo, dois dias para visitar o básico de Sevilha. Em três dias você já consegue ter um panorama mais completo, podendo até mesmo já sair do centro histórico. Mas é apenas a partir de quatro dias que você vai conseguir entrar mais no clima da cidade e poder curtir a vida cotidiana. E quem sabe, até mesmo fazer um bate-volta bem basiquinho na região.
Como em muitas cidades com atrações disputadas, as filas costumam ser cruéis, especialmente no verão. Então opte por comprar os famosos “fura-filas” para não perder seu precioso tempo em intermináveis filas.
Entenda que as filas para o Alcázar de Sevilha são enormes, e a espera ultrapassa fácil de duas horas. Compre seus ingressos com horário marcado e facilite sua vida.
O mesmo vale para a Catedral e torre La Giralda. As filas aqui também costumam ser longas. Então, compre seu ticket antecipadamente e use a entrada preferencial.
Outra coisa que costuma ser super disputada são os shows de flamenco mais famosos. Então, para não perder a oportunidade de assistir a um espetáculo profissional, planeje com antecedência e garanta seu ingresso antecipadamente também.
Quando visitar Sevilha
Sevilha é maravilhosa para ser visitada o ano inteiro. Mas, se você puder escolher a melhor época, prefira viajar na primavera e tente fugir o máximo do verão e eu vou explicar o porque.
O verão em Sevilha é realmente escaldante, com direito a dias muito longos e secos. É um período tão quente que no final de junho, as temperaturas máximas já estão na casa dos 34ºC. No entanto em julho e agosto os meses são mais quentes, eu diria os mais sufocantes do ano. As médias históricas dizem que as máximas ficam entre 37°C e 36°C, mas em alguns dias, o calor bate fácil acima dos 40°C, podendo chegar inclusive nos 50ºC. E então chega setembro com média mai branda na casa dos 25°C, mas com risco de chegar aos 32°C.
Entenda que se você quiser passear pela rua, algo tão gostoso de se fazer em Sevilha, vai ser muito mais sacrificante do que prazeroso. E para piorar, durante o verão, muitos moradores saem da cidade, para curtir suas férias, e vários restaurantes acabam optando por dar folga coletiva para seus funcionários.
Mas, se ainda assim você só puder nesta época, além de muita coragem para enfrentar o calorão, vale seguir os costumes locais: encontre um restaurante aberto, almoce e faça siesta.Nada de bater perna depois. Deixe para retornar a turistar depois das quatro da tarde com um pouco mais de conforto. Não se preocupe com a luminosidade, uma vez que costuma anoitecer apenas depois das nove da noite e muitas atrações estendem seus horários de visitação.
Já durante a primavera, Sevilha, como disse anteriormente, se apresenta em seu melhor momento. Chove bem pouco, as noites são frescas, e durante o dia o calor é ameno, nada absurdo. E para ficar ainda mais especial, no final de março as laranjeiras já começam a florescer, tornando a cidade ainda mais mágica.
Em abril as médias costumam ficar nos 18°C, maio, nos 21°C, mas já chegando perto dos 28°C. E então chegamos em junho, quando as temperaturas já são de verão, ultrapassando os 30°C nos dias mais quentes.
Neste período fique apenas atento aos calendários festivos. Este é um momento onde obviamente as tarifas estarão bem mais altas e a cidade bem mais lotada.
Onde ficar em Sevilha
Você vai encontrar diversas opções de hotéis em Sevilha, sendo que a grande maioria dos hotéis da cidade fica concentrada na área do centro histórico. Se a sua ideia é economizar, então experimente se hospedar na margem do rio oposta ao centro histórico, na área de Triana.
O que fazer em Sevilha
Francamente, o que não falta em Sevilha são atrações turísticas históricas. A cidade tem um passado riquíssimo, tendo sido controlada pelos árabes (lembra que falei lá no início?) e por cristãos. É justamente por conta desse passado que hoje podemos apreciar todo o legado arquitetônico deixado por eles.
Um verdadeiro monumento é a Catedral de Sevilha, a terceira maior igreja do mundo que levou mais de um século para ser terminada. A Catedral foi erguida para substituir a mesquita que existia anteriormente naquele lugar, construída na época da dominação árabe. Atualmente resta apenas “La Giralda”, o minarete do ano de 1198, que foi adornado com um topo neoclássico depois da retomada cristã. Em sua visita, não deixe de conhecer uma das 44 capelas contidas no interior da catedral. Algumas são tão magníficas que deixam o queixo caído. Aproveite que esta parte do passeio é gratuita, bastando apenas procurar uma das entradas ao lado da igreja. Agora, para conhecer os jardins e La Giralda você terá que pagar a entrada. Se possível, faça isso com antecedência. para evitar filas.
Em um antigo e belíssimo convento está localizado o Museu das Belas Artes de Sevilha, a apenas 10 minutos caminhando da Catedral da cidade. Sem dúvida, uma das maiores atrações culturais de Sevilha e de toda a Espanha, sendo considerada por muitos tão bom quanto o Museu do Prado, em Madrid. Mas apesar de todo esse prestígio, o museu é muito menos movimentado que o seu irmão badalado de Madrid e isso é maravilhoso para quem quer fazer passeios mais tranquilos, sem aquela confusão de pessoas se batendo, uma vez que por estar menos cheio será possível fazer uma visita muito mais relaxada.
Outra atração imperdível é o Palácio de Alcazar, que foi construído pelos Mouros no século VIII, e desde então veio sofrendo diversas alterações e reformas, executadas por seus ocupantes, incluindo reis da Espanha, como Fernando e Isabel, que ali construíram o Salon dos Embajadores, onde o casal real recebeu Cristóvão Colombo de volta à Espanha depois do descobrimento das Américas. No interior do palácio você encontrará diversos jardins, e dentro de suas muralhas fica parte do bairro de Santa Cruz. A arquitetura do lugar é fenomenal, assim como as suas muralhas e jardins, e parte do passeio é grátis. Você irá pagar somente para ver o interior do palácio.
Em praticamente todas as principais cidades da Andaluzia, o centro histórico é formado por um labirinto de ruas estreitas, por onde mal passam carros. E é isso que acontece no bairro de Santa Cruz, que costumava ser o gueto judaico de Sevilha. Aqui você encontra além de pequenas e belíssimas praças, lojas e restaurantes, cada uma com um charme único. É por aqui que estão também as mais lindas varandas de casas decoradas com vasos de flores espalhadas por ruas e praças tomadas pelas laranjeiras, criando uma mistura única de cores e cheiros que deixa qualquer pessoa profundamente encantada. Então, por favor, permita-se se perder pelas pequenas vielas e conheça a verdadeira Sevilha nas ruas deste bairro.
Na parte de fortificações mouriscas da cidade, a “Torre do Ouro”, que fica às margens do rio Guadalquivir, construída no século XIII é imperdível. Há quem diga que a torre um dia foi coberta por azulejos revestidos de ouro, e por esta razão recebeu esse nome. Se puder, siga até o topo da torre. É um passeio rápido e dá direito a uma visita ao Museu Marítimo, que fica no interior da edificação. No topo não será possível se aproximar da mureta que contorna a cobertura do monumento, então você deve subir na pequena escada que fica lá em cima para conseguir as melhores vistas. É importante que você não deixe de visitar este que é um dos melhores pontos turísticos de Sevilha.
Bem ao lado da Catedral de Sevilha, o Archivo de Indias é uma verdadeira joia, que abriga modelos de cidades do Novo Mundo e documentos históricos relacionados aos descobrimentos dos espanhóis na América Latina. Fique sabendo que é lá que está o original do Tratado de Tordesilhas. Além de uma arquitetura belíssima, você também encontrará exposições bastante interessantes, e, o melhor, com entrada grátis.
Um dos lugares mais incríveis de Sevilha é a Plaza de España, um lugar de arquitetura impressionante que se tornou o símbolo da cidade. Ela foi construída para a Grande Exposição de 1929 e atualmente abriga diversos órgãos do governo. Se você gosta de passeios mais slow motion, alugue um barquinho para fazer um passeio pelo canal que você encontrará lá. Se você é daquelas pessoas que ama fazer registros fotográficos em suas viagens, programe sua visita para o final da tarde, quando o sol está se pondo e a sua luz dourada reflete nos prédios gerando um efeito realmente especial. Não deixe de conferir os quadros feitos em cerâmica que retratam cenas das conquistas das diversas regiões que compõem a Espanha.
A Espanha infelizmente ainda é um país onde as touradas seguem acontecendo, embora uma boa parte da população, especialmente os mais jovens não concorde com esses eventos, o esporte ainda é bastante popular, principalmente em Sevilha, e a “Catedral das Touradas” – como o prédio é carinhosamente chamado – é o lugar que traduz a atmosfera de um destes eventos. A Plaza de Toros de La Maestranza é considerada uma das melhores da Espanha e uma das mais importantes do mundo.
Como chegar
Por ser a capital da Andaluzia, Sevilha é e porta de entrada para o sul da Espanha. Explorar essa região incrível não é nada complicado, seja de carro, trem ou ônibus, bastando fazer da cidade o seu ponto de partida.
O pulo do gato para quem pretende sair de Madri, seguindo para Sevilha de trem, por exemplo, é fazer um pit-stop em Córdoba. Em uma parada de aproximadamente seis horas, você consegue visitar a Mesquita, dar um giro e almoçar no centro histórico. Se puder ficar oito horas na escala, ainda será possível visitar outros monumentos da cidade.
Mas atenção a um detalhe muito importante: é preciso comprar duas passagens de trem: uma de Madri para Córdoba e outra de Córdoba para Sevilha.
E o carro, é uma boa opção?
Eu sempre falo que na maioria das cidades europeias de grande ou médio porte, estar de carro é um verdadeiro estorvo e em Sevilha não seria diferente.
O ideal é que você chegue em Sevilha por qualquer outro meio: avião, trem ou ônibus. Mas se você estiver pensando em fazer uma trip de carro, visitando outras cidades pela Andaluzia, aí a história muda e super vale. Neste caso, opte por alugar um carro só quando for sair de vez da cidade. Caso você já chegue de carro em Sevilha, deixe seu carro em uma garagem fora do centro histórico e siga para o seu hotel de táxi. Deixe para pegá-lo de volta apenas na hora de seguir viagem.
Em Sevilha as principais atrações ficam bem próximas umas das outras e dá para visitá-las tranquilamente a pé. Se você pretende conhecer vários pontos turísticos, a melhor e mais econômica forma de fazer isso é com o Sevilla Card – cartão que integra praticamente toda a oferta cultural de Sevilha.
As cidades de Córdoba, Málaga, Ronda e Granada, também ficam próximas a Sevilha e se você puder, dê uma esticadinha ao menos até uma delas.
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