Atualmente, devido alterações no mercado aéreo nacional, o setor rodoviário vem crescendo e se adaptando às novas exigências do consumidor brasileiro
Recentes alterações nos setores de transportes rodoviário e aéreo foram responsáveis por preparar o cenário brasileiro para uma nova perspectiva. Fatores econômicos, bem como organizacionais, impulsionam o consumidor a reavaliar hábitos de viagem, ponderando sobre o que seria, de fato, a maneira ideal de se deslocar.
O crescimento na busca por passagem de ônibus é tendência notável não só nos guichês, como também em dados: no primeiro semestre de 2019, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) registrou um aumento de 15% sobre o fluxo da categoria rodoviária – na maior companhia de turismo nacional, a demanda pelo transporte viário apresentou um salto de 49%.
A causa capital dessa mudança pode estar relacionada à saída da companhia Avianca Brasil do mercado doméstico. O colapsado movimento reduziu a oferta de voos, tendo como consequência direta o aumento de preços médio dos tíquetes.
A informação, acrescida aos dados examinados pela Associação, indicam que a condição motivadora para viagens no Brasil, seja na terra ou no ar, é a despesa total do translado. Gastos com despacho de bagagens e marcação prévia de poltrona influenciam para a preterição dos aviões.
Lei da oferta e demanda
A conhecida expressão econômica, que determinada as variações de preços no mercado, encarregou-se também, aqui no Brasil, por aperfeiçoar os serviços inclusos nas frotas rodoviárias.
Cabines individuais (algumas exclusivas para mulheres), rede Wi-Fi, plataforma de streaming de filmes e séries e melhoramentos funcionais (estéticos e de conforto) são apenas algumas das conveniências introduzidas aos pacotes dos ônibus turísticos – equiparando-se, e até superando, algumas classes e opções aéreas.
O investimento em tecnologias aliado à comodidade foi a grande cartada das empresas viárias. Com a maior democratização das passagens aéreas nos últimos anos, o setor se viu fadado à necessária adaptação, para, assim, conseguir corresponder as novas demandas do consumidor, garantindo sua parcela na impiedosa concorrência do mercado.
A fórmula consumou-se nas principais exigências da realidade nacional: bom preço, serviço de qualidade e conforto. Dessa maneira, privacidade, tecnologia e conveniência se uniram a já conhecida segurança e serventia do transporte rodoviário.
Atualmente, inclusive, algumas empresas desenvolveram plataformas especializadas em manter uma cooperação entre sistemas físicos e online das companhias de ônibus. Necessitando apenas de um smartphone, o cliente consegue localizar promoções, comparar preços, selecionar a passagem, poltrona, dia e horário ideais, ter a passagem preenchida no formato digital, não pegar filas e diversas outras vantagens a mais.
Viagem de ônibus é a opção que mais cresce
Firmando parcerias entre empresas rodoviárias e companhias de turismo, as plataformas digitais possuem previsão de dominar cerca de 30% do mercado de transporte viário até 2025.
Agências de viagem, utilizando o mecanismo online, vendem passagens avulsas, geralmente acomodando-as em pacotes compostos por seguro, passeios e hospedagem. Assim, o cliente fica livre para montar a viagem que mais o convém.
O ônibus, dessa forma, passa a ser parte habitual dos ciclos empresariais – o transporte já é visto como alternativa viável e de grande qualidade. O aumento observado em viagens turísticas por meio viário, juntamente do acréscimo no número de pontos de embarque pelo país (cerca de 124%), demonstra que a opção deixou de ser considerada algo secundário.
Alterações no panorama nacional
Como explicitado, a queda nas ofertas aéreas ocasionadas pela saída repentina da Avianca Brasil foi fator crucial para a ampliação das atividades rodoviárias. A companhia, que atuava principalmente no Nordeste brasileiro, realizando conexões importantes com o Sudeste, por exemplo, cedeu um enorme espaço (com alta demanda) no setor, favorecendo a expansão rodoviária.
O aumento no preço das passagens aéreas somado à queda dos assentos ofertados guiaram um grande público ao já adaptado (pelo menos em processo para tal) setor de transporte viário.
Em confluência aos aumentos rodoviários, em julho deste ano houve um decréscimo de 5,2% da oferta de viagens nacionais – nos dois meses anteriores, as quedas superaram os 9%, O número de passageiros reduziu 3,17%.
Os dados fornecidos pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), indicam a realização de 8,6 milhões voos, transportando 281 mil passageiros a menos em conferência direta ao mesmo período do ano de 2018.