Difícil acreditar que uma pequena ilhota a 360 km de Paris, conhecida como a “maravilha do Ocidente”, seja o terceiro destino mais visitado da França. Mas, a justificativa se encontra no meio do horizonte e das marés mais altas da Europa, onde impera o Monte Saint-Michel, um reduto sagrado com mais de mil anos de existência na costa da Normandia.
O cenário um tanto medieval da ilha rochosa coberta por uma abadia beneditina remete ao século XI. Batizado após “aparições” de Arcanjo São Miguel, o santuário primeiro foi chamado de Mont-Tombe, ao ser erguido por bispo Aubert no ano de 709. Em 966, monges beneditinos chegaram ao local e construíram a abadia. Entre os séculos 11 e 16 os outros edifícios foram surgindo lentamente, além das muralhas militares que vieram junto com a Guerra dos Cem Anos, no século 14. Durante a Revolução do Segundo Império, se transformou até mesmo em prisão.
Na pequena vila onde hoje vive uma comunidade monástica vinda de Jerusalém se encontram verdadeira joias arquitetônicas, com elementos góticos, passando pela era pré-romana e a Idade Média. Todo o seu legado histórico o tornam Patrimônio Mundial da Unesco, que atrai 2,5 milhões de turistas de todo o mundo anualmente. O turismo também está alinhado ao fato de ser um aclamado local de peregrinação, colocando o Monte entre os locais mais importantes do gênero no Oeste Medieval, junto com Roma e o Caminho de Santiago.
Seja na traiçoeira maré alta ou na baixa, os visitantes podem conhecer não só a abadia com uma bela vista panorâmica para a Baía, mas também outras atrações dentro da muralha, que ainda resiste ao tempo. A igreja de Saint-Pierre, museus, hotéis, restaurantes, creperias e casas de pedra com telhados de xisto são algumas delas, a serem apreciadas no embalo do canto dos monges. A melhor época para visitar é entre maio e outubro, por conta do clima ameno e a presença do brilho do sol.
Texto original publicado em Quanto Custa Viajar
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