A cerca de 260 km da capital fluminense e a aproximadamente 290 km da capital paulista, Paraty é um dos destinos turísticos mais visitados do estado Rio de Janeiro.
A gentileza para com os visitantes (inclusive os caninos), o fato de ser baixa temporada e encontrarmos quase todos os atrativos disponíveis para nós (sem multidões) e a receptividade do pessoal da Pousada Pontal Gardens (onde ficamos muito bem instaladas), fez toda a diferença. E, claro, a versatilidade de atrativos que Paraty oferece – indo da parte histórica ao ecoturismo em questão de minutos ou alguns metros de distância-, nos convenceu a esticar a nossa estadia facilmente.
Pequenina, com apenas 6 confortáveis suítes, de diferentes layouts, todas com frigobar retrô Brastemp e quintalzinho -, mas gigantesca nos quesitos charme e hospitalidade, a Pontal Gardens é daqueles lugares que te faz parar o tempo. Eu não disse “parar no tempo” e sim “parar o tempo”. É isso mesmo, um lugar que te dá vontade de parar tudo, sentar numa daquelas poltronas confortáveis, pegar um livro (se você não levou, pode pegar emprestado lá mesmo) e ficar ali, horas, somente ouvindo o barulho dos muitos pássaros que tomam conta da área comum, enquanto bebem água ou beliscam frutas carinhosamente colocadas todos os dias para eles. Além dos pássaros, todos os portes de cães são bem-vindos, desde que dóceis e sociáveis, com outras pessoas e com outros animais, e são recepcionados pelo mascote Cash, um Labrador Retriever pra lá de “boa gente”. Sua localização é perfeita, a apenas 200m da Praia do Pontal e a poucos passos do Centro Histórico da cidade.
Com seus casarios, Paraty mostra a herança portuguesa da época colonial do século 18, quando foi sede do mais importante porto exportador de ouro do Brasil. Não à toa, sustenta os títulos de “o conjunto arquitetônico colonial mais harmonioso”, pela UNESCO, e Patrimônio Nacional tombado pelo IPHAN. Além da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, o Centro Histórico possui mais 3 igrejas: Igreja de Santa Rita de Cássia, Igreja de Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Quando construídas, cada uma foi destinada a uma camada da população: senhoras aristocratas, escravos, homens pardos libertos, etc.
Esta influência religiosa se traduz não só na arquitetura, como também nas festas tradicionais que até hoje acontecem na cidade histórica, como: Festa do Divino, Corpus Christi, Festa de Nossa Senhora dos Remédios, de Nossa Senhora do Rosário etc.
Perder-se pelas suas ruas de Paraty é delicioso, pois você segue andando, entrando e saindo das lojinhas, tirando mil e uma fotografias, como se estivesse num labirinto e, quando se dá conta, já se passaram horas.
Sim, a parte histórica e cultural é riquíssima. Mas, como vocês sabem, a gente embarca nas nossas expedições sedentas de aventura e muita interação com a natureza, né? Então, para nós, um tour básico pelas ruas da vila já atendeu nossas expectativas. A gente sabia que Paraty era muito mais que apenas uma pequena cidade histórica e queríamos conferir!
Entre a baía da Ilha Grande e o belo trecho da Mata Atlântica, a cidade é rodeada de Parques e Reservas Ecológicas, dentre eles: Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, a Reserva da Joatinga e ainda, faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar. Ou seja, é Mata Atlântica por todo lado. O que a torna uma das regiões mais preservadas do Brasil.
Super propícia à prática de esportes de aventura e ecoturismo, em Paraty pode-se caminhar por dias a fio. Mas, infelizmente, nós não tínhamos esse tempo todo – mesmo com a esticadinha em nossa estadia.
Então, selecionamos um dos circuitos de cachoeiras que incluiu a Cachoeira do Tobogã – cujo principal atrativo é a grande pedra lisa por onde corre o fluxo de água, formando um grande tobogã, onde se pode escorregar até cair em uma piscina natural – e o Poço do Tarzan, que fica logo acima do Tobogã. A trilha que liga as duas cachoeiras é bem tranquila e, nas duas cachoeiras, encontramos poços naturais para um bom mergulho. Fechamos o roteiro das cachoeiras com a Pedra Branca, uma das mais belas cachoeiras de Paraty, localizada dentro de uma propriedade privada, com trilha e as ruínas da primeira usina de força da cidade. Visual de cair o queixo e lugar incrível.
E como, em Paraty, você vai da água doce para a salgada, das montanhas para o litoral e da cachoeira para o mar, em questão de minutos, não podíamos deixar de incluir algumas praias, em nosso roteiro. Dentro do perímetro da cidade, destacamos a Praia do Jabaquara, que tem acesso fácil, mar calmo e diversos quiosques e restaurantes. Ideal para velejar, andar de pedalinho, caiaques e SUP, atrai famílias com crianças, pois não possui ondas. Em uma das suas extremidades, deságua o rio Jabaquara, deixando a água do mar escura e o fundo lodoso, onde se encontra a famosa lama de propriedade medicinal. Ali, o La Luna Bistrô, recebe clientes com os mascotes e serve refeições com pés e patas na areia e vista para o mar. Também visitamos a Praia de Corumbê, onde o Quiosque Cheiro de camarão serve refeições e é pet friendly.
Já no passeio de barco, difícil foi escolher em quais das mais de 60 ilhas paradisíacas e 90 praias irretocáveis nós iríamos parar.
Como as escunas que geralmente transportam os turistas para estes passeios não aceitam animais, contratamos uma embarcação exclusivamente para nós e, assim, pudemos curtir nosso passeio e fazer nosso roteiro à vontade.
Ficamos encantadas com aquelas praias, de areias brancas e mar cor, hora azul, hora verde, ao longo da baía de Paraty.
Nossa primeira parada foi na Praia de Jurumirim. Com cerca de 2 a 3 metros de faixa de areia, rodeada por montanhas e Mata Atlantica, aquele pedaço de paraíso, de águas tranquilas, pertence à família do navegador Amyr Klink (e foi de onde ele iniciuou sua viagem para a Antártica) e serve de habitat para as tartarugas de Pente, uma espécie em extinção no mundo. Nós desembarcamos, corremos um pouco pela areia, vimos algumas tartarugas e mergulhamos. Mas o passeio precisava continuar.
Seguimos para a Ilha da Pescaria, onde é feita uma parada para mergulhar e nadar com os peixinhos numa espécie de aquário natural. A parada seguinte, Lagoa Azul, é também uma grande piscina natural repleta de vida marinha, cercada por rochas e mata verde. O tom da água que dá nome ao lugar é tão intenso que impressiona
E encerramos o dia, na Praia Vermelha, com areias avermelhadas e acesso apenas por barco. Ali, encontramos uma estrutura com restaurantes para refeições e bares com cadeiras e mesas à beira-mar e o almoço foi servido no Restaurante Bambubar. Frutos do mar fresquinhos com visual para abrir qualquer apetite.
E finalizamos a nossa expedição com centenas de fotos, muitas lembranças e a certeza de que ainda deixamos muito mais a explorar naquele paraíso que sempre nos receberá bem com nossos mascotes. Como não voltar a Paraty?!
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Larissa Rios, fundadora da empresa e portal Turismo 4 Patas, é Turismóloga, especialista em Hospitalidade animal e roteiros de viagem e eventos pet friendly.
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