Viajar pela Europa é o sonho de muitos mochileiros e a ideia de cruzar o Velho Continente de trem desperta paixões ainda maiores. Afinal, como resistir a romântica ideia de apreciar as lindas paisagens pelo caminho enquanto viaja em um confortável (luxuoso?) vagão de um trem de alta velocidade…
Mas será que vale mesmo a pena viajar de trem na Europa? E como funciona? A seguir, a gente explica as principais dúvidas que os viajantes costumam ter.
Quando viajar de trem e quando optar por avião?
É indiscutível que o trem seja o meio mais rápido de chegar a qualquer lugar, desde que esse destino esteja a até 4 horas de distância. Mesmo um voo que oficialmente dure uma hora, por exemplo, acaba resultando em outras várias horas adicionais, por conta de trâmites de check-in, imigração, recolhimento de malas e deslocamento até o centro das cidades.
Só quando se trata de cobrir grandes distâncias, o avião supera o trem, já que viajar dez horas num trem pode ser, quase sempre, encurtado significativamente quando voando.
Vale mais a pena comprar um passe ou bilhetes avulsos?
Passes multipaíses costumam valer mais a pena quando envolvem longos deslocamentos. Geralmente é mais vantajoso comprar com antecedência trechos ponto a ponto diretamente nos sites das companhias europeias, quando ainda há preços com descontos disponíveis.
Já para compras de última hora, os passes podem valer mais. Outra vantagem é poder mudar o itinerário ao bel prazer. Já uma desvantagem notória é ter que fazer as reservas de assentos em trens de alta velocidade ou internacionais.
Dicas para compras bilhetes avulsos
Comprando com antecedência direto nos sites das empresas de trem cujo país se origina o trecho, pode garantir descontos generosos. Geralmente os preços mais em conta são disponibilizados 90 dias antes da data nos sites. Só não vale comprar passagens com antecedência se os horários das conexões for apertado e houver possibilidade grande de imprevistos, resultando na perda do trem com horário marcado.
Também vale verificar se há opção de e-ticket, impressão em casa ou para retirar em máquinas numa estação do país – quase nunca dá para confiar em entrega pelo correio!
Outras opções são sites que fazem pesquisas em diversas companhias e listam os horários e bilhetes disponíveis. Vale checar, por exemplo o Omio e o Seat61.
Dicas para compras de passes
Lembrando que o Eurail Pass pode ser usado somente por cidadãos não residentes na Europa, Federação Russa e Turquia. Para quem vive no continente, o equivalente é o Interrail.
Países abrangidos pelo Eurail e Interrail: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Montenegro, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Sérvia, Suécia, Suiça e Turquia.
Países abrangidos somente pelo Interrail: Reino Unido e Macedônia
Os passes oferecidos pela Eurail são:
Global Pass (a partir de €300): para viagens dentro e entre 28 países europeus, na ordem que quiser. Há o passe contínuo (pode-se viajar todo dia, de 15 dias até 3 meses direto) e o passe flexi (escolhe-se 10 ou 15 dias não consecutivos para viajar dentro de um período de 2 meses).
Select Pass (a partir de €130): escolhe-se entre 2, 3 ou 4 dentre 28 países vizinhos. Pode-se viajar por 5, 6, 8 ou 10 dias, à sua escolha, num período de 2 meses. O passe de 5 países também tem uma opção de viagem de 15 dias.
One Country Pass (a partir de €60):: ideal para férias curtas, para explorar (bem) um único país, com 27 opções.
O Eurail Pass pode ser comprado com até seis meses de antecedência. Nem todos os passes estão à venda na Europa. Aliás, os preços são em torno de 20% mais caros se adquiridos lá, ao invés de feitos online. Outra coisa: o Eurail Pass só é válido para a viagem de trem depois que for ativado – e isso deve ser feito dentro de 6 meses a partir da data de emissão, em um guichê de das estações de trem na Europa.
Como são as conexões entre trechos?
Primeiro, um lembrete básico mas fundamental: muitas cidades possuem várias estações e os trens nem sempre param em todas elas. Portanto, vale sempre checar isso antes para não acabar desembarcando no lugar errado.
Na hora da compra do bilhete, há de se prestar atenção no número de paradas e trocas de trem. Quase sempre, o tempo de conexão previsto é curtinho, e os trens são pontuais, portanto é preciso estar sempre atento (bagagem a postos etc). Via de regra, prefira evitar as conexões para não deixar a viagem mais longa e chata (especialmente à noite).
É preciso reservar os assentos?
Nos trens de alta velocidade da Espanha, França e Itália, e em trens internacionais (como Thalys e ICE-Sprinter), as reservas são obrigatórias. Já nos trens regionais de toda a Europa, não é preciso (nem possível, muitas vezes) reservar um lugar.
Normalmente, pode-se reservar os assentos durante o processo de compra da passagem online. Se não, isso é feito junto ao guichê da estação de trem, antes de embarcar.
A bagagem é ilimitada?
Não é preciso fazer check-in de malas e, na grande maioria dos trens europeus, não há limite máximo de peso para a bagagem. A limitação, nesse caso, estará essencialmente com você – se conseguir carregar sozinho para dentro e fora do trem e guardar as malas nos compartimentos disponíveis, sejam elas prateleiras localizadas na entrada dos vagões ou acima do assento.
Em tempo: tenha sempre em mãos seu bilhete para conferência, assim como o passaporte, que podem ser pedidos durante a viagem.
Vale a pena pegar trem noturno?
Fora isso, o custo adicional dos trens noturnos pode variar bastante (de €5 até €200) e às vezes incluem eventuais tarifas de administração cobradas no guichê da estação.
Com informações de Momondoem, o melhor do Turismo, Hospedagem, Lazer, Entretenimento e cultura
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