Superação, autoconhecimento e reforço da própria fé. Geralmente estes três pilares estão intimamente ligados a quem decide fazer turismo religioso. Mas muita gente embarca na peregrinação pela aventura de conhecer paisagens incríveis e fazer novos amigos.
Minha amiga, a jornalista Glaucia Viola, viajou a convite da Aprecesp (Associação das Prefeituras das Cidades Estância do Estado de São Paulo) para Águas da Prata e conheceu o trecho inicial do Caminhos da Fé, um trajeto de peregrinação brasileiro inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, da Europa. No texto abaixo, ela conta pra gente um pouco mais sobre esse importante exemplar do turismo religioso no Brasil. Confesso que fiquei com vontade de colocar a mochila nas costas e me aventurar pelo passeio. E você?
Santiago de Compostela brasileiro
A peregrinação realizada no milenar Caminho de Santiago pode ser feita em terras brasileiras, no acolhedor interior paulista, cercado pela Serra da Mantiqueira.
Águas da Prata é uma das estâncias hidrominerais do estado de São Paulo, porém, há muito mais do que as belas cachoeiras e águas medicinais nesta deliciosa e pacata cidade.
Suas trilhas, ao pé da Serra da Mantiqueira, nos presenteiam com uma natureza deslumbrante. Há 11 anos, esses trajetos também podem ser visitados por peregrinos que buscam os Caminhos da fé até o santuário nacional de Aparecida do Norte.
O trajeto brasileiro foi idealizado por Almiro Grings, que percorreu o tradicional caminho espanhol de Santiago de Compostela por duas vezes. Ambas experiências foram tão marcantes que, ao retornar para casa, na cidade interiorana, convidou alguns amigos para ajudá-lo a colocar em prática esse ideal de fé e autoconhecimento por aqui. Formou-se então, em 2003, a Associação dos Amigos do Caminho da Fé, que coordena a demarcação de 497 km que ligam cidades de São Paulo e sul de Minas Gerais (veja o mapa), por estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto, proporcionando momentos de reflexão, saúde física e psicológica e integração do homem com a natureza.
Após mais de uma década, instituiu-se uma rede de apoio aos peregrinos ao longo do caminho com uma relação de pousadas credenciadas para pernoite e refeição, setas amarelas que sinalizam o trajeto e Certificado Mariano, oferecida pela Basílica de Aparecida do Norte após o término da caminhada (conheça os critérios).
Os visitantes podem percorrer o caminho sozinho ou em grupos e usar diversas modalidades: a pé, de bicicleta ou a cavalo. Mas, segundo relatos dos peregrinos, não importa qual a forma escolhida para realizar a caminhada. A experiência de reforçar a fé e superar as dificuldades do trajeto é única na transformação de cada um. Experimente!
Por Juliana Tavares – jornalista, fundadora da J2 Comunicação, empreendedora e adora novidades que possam tornar o mundo um lugar melhor pra viver.
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