Férias chegando, você vai sendo tomado por aquela vontade quase incontrolável de arrumar as malas e cair logo na estrada, certo? E qual será o destino da vez? Uma praia paradisíaca no litoral brasileiro não seria nada mal. Dar aquele pulo na terra do Tio Sam pra se esbaldar em compras ou fazer um tour histórico-gastronômico por terras europeias não deixa de ser uma ótima pedida. Mas e se a sugestão fosse uma viagem pela Bolívia?
Aposto que tem gente me chamando de maluca nesse momento! Bolívia? Fazer o que por lá? Sem dizer que se trata de um lugar perigoso, dominado pelos narcotraficantes de cocaína, nem pensar! Bom, se a sua visão sobre a Bolívia é essa sinto-lhe informar que a realidade não é bem assim, o nosso vizinho de fronteira tem muito mais a oferecer do que a grande maioria dos viajantes imagina. A Bolívia tem sim as suas mazelas, luta contra o tráfico de drogas, a pobreza, o preconceito racial e a má distribuição das riquezas nacionais. Pare por um instante e me diga, isso te lembra alguma coisa? Como bons brasileiros, acho que não são temas tão estranhos assim à realidade do nosso país.
Apesar dos desafios que enfrenta, a Bolívia é também a terra de um povo hospitaleiro, de regiões muito distintas culturalmente umas das outras, terra de belezas naturais grandiosas como o Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo, e o Lago Titicaca, não por acaso o lago navegável mais alto do mundo, localizado a 3821 metros acima do nível do mar. Viajar por terras bolivianas pode ser uma agradável aventura, com alguns percalços como toda boa aventura merece, mas repleta de experiências únicas e inesquecíveis.
Há poucos dias lendo um trecho do “Pequeno livro de Viagem”, escrito pela viajante profissional Mari Campos me lembrei com intensidade do minha passagem pela Bolívia e como isso abriu meus horizontes. “Observar com sensibilidade outros países, povos e cidades, no dia a dia deles abre os nossos horizontes – e nossa assimilação do diferente torna-se cada vez maior”, ressalta Mari Campos. Foi observando de perto o cotidiano da sociedade boliviana, conversando com as pessoas e me aventurando por uma cultura tão diferente da minha que assumi o papel de uma jornalista viajante e decidi relatar em um livro-reportagem algumas das inúmeras razões para se visitar o país. Foi assim que nasceu o livro “Expedição BraBo”.
A Bolívia foi à primeira de muitas outras experiências que vivi em terras estrangeiras e me ensinou na prática o que é ser um viajante de alma. Aquele viajante que vai “além dos fatos e das paredes, além das ruínas e dos entalhes, das pessoas e dos percalços”. Cada lugar que você visita tem algo de bom a oferecer, basta você estar preparado para descobrir as belezas e peculiaridades desse lugar.
Ah…antes que algum curioso de plantão pergunte. Sim eu tomei o famoso chá de coca! E não, eu não vi gnomos! A folha de coca em seu estado natural não é alucinógena, pode ser mascada ou bebida em forma de chá, tem uso medicinal e funciona basicamente como um chá de boldo, alivia o mal estar causado pela altitude. A coca é sim matéria-prima para a fabricação de cocaína, mas pra isso precisa passar por um longo processamento químico até virar droga. Portanto, se for a Bolívia você pode experimentar o chá de coca sem medo, faz parte da cultura local.
Saia das rotas tradicionais, permita-se viver experiências novas! A Bolívia pode ser um ótimo começo. Fica a dica!
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